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Nacional
Sábado - 05 de Agosto de 2006 às 04:17

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A Avenida Brasil, onde na noite de quinta-feira o desembargador José Maria de Mello Porto foi assassinado, é uma via expressa para o medo. Ao lado das linhas Vermelha e Amarela, a avenida é apontada pela polícia como área crítica para motoristas. Nas três, concentram-se os pontos com maior risco de assaltos seguidos de morte (latrocínio). Os trechos mais perigosos estão espalhados em 16 pontos.

Ontem à tarde, equipe do jornal O DIA percorreu os locais onde os ataques de bandidos são mais freqüentes. No trajeto, havia duas blitzes da Polícia Militar. Uma delas foi montada na Avenida Brasil, em frente à refinaria de Manguinhos, próximo ao lugar onde o desembargador foi assassinado. A outra ficou posicionada em Jardim América, em frente ao Motel Champion.

Durante o percurso, foi possível constatar ainda que os Postos de Policiamento Comunitário (PPCs) das favelas que margeiam as vias apresentam diversas marcas de tiros, além de viaturas sucateadas e efetivos insuficientes. É o caso, por exemplo, do posto da Favela Parque União, na Avenida Brasil, em Ramos.

Apenas um policial estava de plantão na unidade, por volta das 17h. Já no entroncamento das linhas Vermelha e Amarela, onde são freqüentes os tiroteios entre traficantes de facções criminosas rivais que comandam favelas do Complexo da Maré, não havia policiamento. Na Avenida Brasil, altura do Mercado São Sebastião, na Penha, três policiais faziam blitz, sem o apoio de viaturas.

Índice dos crimes O comandante do Batalhão de Policiamento Rodoviário (BPRV), tenente-coronel Ricardo Pacheco, afirmou que a Linha Vermelha é uma das vias mais bem vigiadas. "Temos um bom policiamento na Linha Vermelha. Reduzimos muito o número de crimes na via", garantiu. Já o comandante do Batalhão de Policiamento em Vias Especiais (BPVE), responsável pelo patrulhamento na Avenida Brasil e na Linha Amarela, não foi localizado.

De acordo com os índices de criminalidade referentes ao mês de junho, divulgados ontem pela Secretaria de Segurança Pública, latrocínio foi o crime que apresentou maior redução (-41,2% ou sete casos). Também caíram os índices de homicídio doloso (-2,7%); roubo de carga (-23,6%) e roubo a residência (-2,2%). Disque-Denúncia: bando do Parque Alegria

O Disque-Denúncia registrou, até a noite de ontem, 16 ligações com pistas sobre o assassinato do juiz José Maria de Mello Porto. Todas informavam que os executores são da Favela Parque Alegria, no Caju, da facção Amigos dos Amigos (ADA).

Chefiado por Edinaldo Ferreira da Silva, o Sapão, 26 anos, o bando da favela costuma promover 'bondes' para assaltar motoristas, principalmente próximo à Rua Valparaíso, entrada da comunidade, onde o juiz foi morto. Os veículos roubados costumam ser desmanchados no interior do Parque Alegria, em um lixão.

Terror ao volante Motoristas que passam pela Avenida Brasil sofrem com as constantes trocas de tiros entre policiais e bandidos e entre criminosos rivais. Os pontos mais críticos são no Caju, próximo às favelas do Complexo da Maré, Manguinhos, Parada de Lucas, Realengo, Irajá e Ramos.

Além dos constantes tiroteios, motoristas são vítimas de blitzes de bandidos na Linha Amarela, sobretudo de madrugada. Os trechos mais perigosos são saídas para Leopoldo Bulhões, em Bonsucesso, Ramos (Complexo do Alemão), Pilares (Morro do Urubu), Del Castilho (Águia de Ouro) e Jacarepaguá (Cidade de Deus).

Nos trechos próximos às favelas Nova Holanda, Baixa do Sapateiro e Vila dos Pinheiros, na Maré, não há saídas para os motoristas que trafegam na Linha Vermelha durante os tiroteios. A única solução é fugir de marcha a ré para se proteger de balas perdidas.




Fonte: O Dia

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