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Politica Brasil
Sexta - 04 de Agosto de 2006 às 18:07

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O empresário Luiz Antonio Trevisan Vedoin, dono da Planam, empresa que fraudava a compra de ambulâncias por prefeituras a partir de emendas orçamentárias, apresentou nesta sexta-feira provas consideradas "robustas" contra grande parte dos 90 parlamentares citados como envolvidos nas fraudes.

De Mato Grosso, sete estão envolvidos no escândalo: Pedro Henry (PP), Lino Rossi (PP), Celcita Pinheiro (PFL), Ricarte de Freitas (PTB), Welinton Fagundes (PL), Tetê Bezerra (PMDB) e Serys Slhessarenko (PT), além do ex-senador Carlos Bezerra (PMDB).

Trevisan também detalhou a relação de um ex-assessor do senador Ney Suassuna (PMDB-PB) com o esquema e prometeu apresentar novas provas na próxima terça-feira (8).

Segundo o deputado Carlos Sampaio (PSDB-SP), sub-relator de Sistematização e Controle da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) das Sanguessugas, ao longo do depoimento de mais de seis horas o empresário "ofereceu, mais uma vez, provas e informações complementares que só fizeram reforçar a participação de parlamentares no esquema".

Acareações

Participaram da reunião, além de Sampaio e Vedoin, o relator da CPMI, senador Amir Lando (PMDB-RO). Nos primeiros 20 minutos do encontro, houve uma acareação entre Vedoin e Ronildo Medeiros, cuja empresa também estaria envolvida com a "máfia das ambulâncias"; e Marcelo Cardoso de Carvalho, ex-assessor de Suassuna, acusado de receber propina do esquema.

A acareação, no entanto, foi "infrutífera", segundo Lando e Sampaio, porque todos os participantes mantiveram suas versões anteriores, ainda que fossem contraditórias entre elas. As declarações de Trevisan isentaram alguns parlamentares citados anteriormente por envolvimento com as fraudes. "Infelizmente, é uma minoria", declarou o sub-relator. Ele não quis citar quantos serão isentados de culpa no relatório final dos trabalhos, previsto para ser apresentado no próximo dia 10.

"Na verdade, existem três categorias. A primeira é a dos parlamentares contra os quais existem provas robustas e consistentes; uma segunda, em que temos algumas diligências a serem desenvolvidas pelo próprio relator; e uma terceira, que infelizmente é a menor, na qual os parlamentares foram inocentados e realmente não há nenhum indício de participação", explicou.

Quebra de sigilos

Acusado de ser beneficiado com R$ 225 mil do esquema, Marcelo Carvalho disse que os recursos que recebeu foram referentes à venda de um barco ao dono da Planam, que ainda estava sob seus cuidados. "É uma versão que a mim não convenceu", afirmou Sampaio. "A acusação de Vedoin [que apresentou comprovante de que os recursos seriam referentes ao pagamento de propina] é muito mais consistente", acrescentou.

Diante das versões contraditórias, Lando disse que pode partir para a quebra dos sigilos bancários dos assessores. As informações, no entanto, não chegariam à CPMI antes da conclusão do relatório final. "As investigações vão continuar depois da apresentação do relatório", concluiu.

Questionado sobre o pequeno número de parlamentares participantes da reunião desta sexta-feira, Sampaio disse que outros integrantes da CPMI foram procurados, mas apenas ele e Lando estavam em Brasília.





Fonte: Agência Câmara

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