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Agronegócios
Sexta - 04 de Agosto de 2006 às 06:48

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São Paulo, 3 - Nesta semana, o Departamento de Economia Rural do Paraná (Deral) divulgou os resultados da safra de algodão no Estado. A área cultivada, que já teve anos melhores, sofreu uma redução de 73,9%, passando de 57,08 mil hectares na safra 2004/05 para os atuais 14,9 mil hectares cultivados na safra atual. A forte retração de área fez com que a produção também sofresse queda. Na safra 2005/06 os produtores paranaenses colheram 27,7 mil toneladas, 64,8% a menos do que o registrado no período anterior.

Com essa redução, o Paraná acompanha a tendência registrada para o algodão em todo o País de redução na área plantada. Para a safra 2005/06, a área ocupada, em nível nacional, é estimada em 844,4 mil hectares. Esse espaço representa uma queda de 28,4% em comparação aos 1,17 milhão de hectares semeados com algodão na safra passada. A expectativa de produção nacional, feita pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) supera os 1,1 milhão de toneladas, mas os produtores, que dizem ter sofridos perdas com o clima no Mato Grosso, principal produtor do Brasil, e projetam um número ao redor de 900 mil toneladas.

A redução na área plantada em relação à safra 2004/05 no Paraná e em todo o Brasil, entre outros aspectos, deve-se aos baixos preços praticados nos principais mercados mundiais e perda de renda provocada pela desvalorização do dólar, já que parte do custo de produção de algodão é atrelada à moeda americana.

Esse cenário pouco otimista, no entanto, começa a ficar diferente para a safra 2006/07. Os preços estão mais convidativos, já existem registros de exportação para 2007 e até 2008 e os produtores estão mais confiantes para cultivar a próxima safra. Além disso, desde o dia 1º de agosto, os subsídios americanos ao algodão incluídos no chamado "Step 2" não podem mais ser concedidos. O programa de apoio aos produtores dos Estados Unidos foi aprovado pelo Congresso daquele país, depois que o Brasil entrou na Organização Mundial do Comércio (OMC) pedindo a retirada total dos subsídios.

O Step 2, no entanto, representa aproximadamente 10% do total de subsídios que o governo dos Estados Unidos fornece aos seus produtores. Representantes dos produtores brasileiros já anunciaram que não se contentarão com a retirada de apenas uma pequena parte dos subsídios e irão pressionar o governo para todo apoio à produção de algodão americana seja eliminado, como determinou a OMC.

De acordo com dados divulgados pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (Imea), a massa de ar frio que se instalou no estado no último final não prejudicou a colheita de algodão e com esse avanço na colheita nota-se que a produtividade vem variando muito de um município para outro. Em Sorriso, com 70% da área colhida, a produtividade média tem sido de 200 arrobas por hectare, o que representa uma redução de 30 arrobas contra a semana anterior. No município de Primavera do Leste, também com 70% da área colhida a produtividade média permanece em 230 arrobas por hectare.

Para os demais municípios pesquisados a colheita atinge 60% a produtividade é variável. Em Campo Novo do Parecis e Itiquira a produtividade média continua em 200 arrobas por hectares. Pedra Preta apresenta produtividade média de 240 arrobas por hectare e Campo Verde e Sapezal, 260 arrobas por hectare. A comercialização continua lenta, com mais da metade da safra comprometida para cumprimentos de contratos futuros de exportações. O produtor vem retendo o algodão na expectativa de melhor preço nos próximos meses e essa falta de oferta no mercado começa a elevar os preços da pluma. A arroba segue cotada a R$ 38,35 em Sorriso, R$ 39,15 em Itiquira, R$ 38,85 em Campo Verde e Primavera do Leste, R$ 38,25 em Campo Novo do Parecis e Sapezal, e em Pedra Preta está sendo cotado a R$ 38,98.

Levantamento realizado pelo Ministério da Agricultura mostra que foram cultivados no primeiro semestre do ano, de forma irregular, 18,02 mil hectares com algodão transgênico. Essa área representa 2,13% do cultivo total de 845,3 mil hectares estimado pela Conab para a safra 2005/06.

Com o cultivo de transgênicos em desacordo com as Leis de Biossegurança e de Sementes e Mudas, a fiscalização federal agropecuária lavrou 27 autos de infração e encaminhou as notificações à Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). O processo de apuração e aplicação de penalidades na esfera administrativa estão em fase de julgamento no ministério da Agricultura e podem incluir multa a apreensão do produto.




Fonte: Agência Estado

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