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Politica Brasil
Quarta - 02 de Agosto de 2006 às 23:35

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O México completa hoje um mês sem que se saiba quem venceu as eleições presidenciais, enquanto aumentam as ações esquerdistas contra a suposta fraude e a indignação de setores da população frente a essas medidas de resistência civil. O resultado do pleito mais apertado da história do país está nas mãos do Tribunal Eleitoral do Poder Judiciário da Federação (TEPJF), que tem até 31 de agosto para resolver as impugnações e até 6 de setembro para decidir sobre a validade da eleição e designar o novo presidente eleito.

Segundo a apuração oficial final, o candidato conservador à Presidência, Felipe Calderón, do Partido da Ação Nacional (PAN), obteve 243.934 votos a mais do que seu oponente, o esquerdista Andrés Manuel López Obrador, da coalizão "Pelo bem de todos", uma diferença de apenas 0,58 ponto percentual.

Os magistrados do TEPJF, principal órgão jurisdicional do país, deverão decidir nos próximos dias se aceitam a reivindicação de uma apuração "voto a voto" para posteriormente analisar detalhadamente os 359 pedidos de impugnação apresentados.

O mais crítico com a situação pós-eleitoral é López Obrador, que considera o pleito fraudulento, e rejeitou os resultados de mais de 50 mil mesas de votação, apresentando 231 pedidos de impugnação, 64% do total.

O político esquerdista se auto-proclamou na semana passada presidente "da maioria dos mexicanos", e iniciou uma agressiva campanha de "resistência civil pacífica", em reivindicação de uma nova apuração das mais de 130 mil mesas eleitorais.

Em contraposição à atitude de López Obrador, o PAN de Calderón defende o respeito ao Tribunal Eleitoral e à legalidade, à espera da ratificação do triunfo de seu candidato nas eleições de 2 de julho.

Calderón defendeu no último domingo a limpeza da eleição "mais democrática" da história do México, e afirmou que a situação deve ser solucionada "pela via das instituições e não pela das mobilizações".

O presidente Vicente Fox, correligionário de Calderón, fez hoje declaração no mesmo sentido, afirmando que o México está funcionando bem apesar da conjuntura política.

O governante sustentou que "o Governo vai continuar lutando" pelo cumprimento das lei e das obrigações, "trabalhando pelo México e por nossas famílias".

Para o analista político Lorenzo Meyer, o conflito pós-eleitoral mostra como "a sociedade mexicana não encontra seu caminho político, surpresa com sua própria capacidade de se dividir".

Meyer, próximo a López Obrador, considera que no último mês os mexicanos padeceram, e viveram "com muita intensidade" a disputa política.

Na atual conjuntura, acredita que dois tipos de liderança se enfrentam: o de Calderón, "que já está coberto pelos poderes fáticos", e o de López Obrador, que com as manifestações de seus seguidores nas ruas da capital leva a iniciativa para a ofensiva.

Meyer antecipa que o Tribunal Eleitoral ratificará a vitória de Calderón, após buscar "um ponto intermediário" na avaliação das impugnações, que serão analisadas em breve.

Para o diretor do Instituto de Pesquisas Jurídicas da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM), Diego Valadés, o país está imerso em uma crise política, e o importante agora é "descobrir como sair dela".

"Há uma pressão excessiva e desproporcional sobre o TEPJF.

Exige-se que a justiça resolva o que a política gerou, e espera-se que os juízes componham em semanas o que os políticos estragaram em anos", afirmou ele.





Fonte: EFE

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