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Internacional
Sexta - 28 de Julho de 2006 às 07:14
Por: Márcia Freitas

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Vôo superlotado é quase sempre sinônimo de chateação, mas não para um grupo de brasileiros que recebeu R$ 1,6 mil por dia por não ter conseguido embarcar em vôos da British Airways de Londres para São Paulo que estavam com excesso de passageiros.

"Eu achei ótimo", disse a aposentada Irene Sena, uma das afetadas. "No primeiro dia foi horrível, mas, depois, quando a gente percebeu as vantagens, foi bom", completou.

Irene tinha vôo marcado para o último sábado com o marido, as duas filhas e o namorado de uma das filhas, mas não conseguiu embarcar por causa do excesso de passageiros previstos para o mesmo vôo.

Como Irene, dezenas de outros brasileiros não puderam embarcar na data prevista.

Além do dinheiro, a British Airways pagou a cada passageiro hospedagem em hotéis cinco estrelas que ficam próximos ao aeroporto internacional de Heathrow e alimentação. Os valores são estipulados pelas regras européias sobre atrasos e perdas de vôos.

O problema voltou a se repetir no domingo e todos os dias até esta quinta-feira. Por isso, a empresa passou a distribuir um folheto aos passageiros que estavam na fila de check in explicando as vantagens para quem se voluntariasse a ficar para pegar o vôo no dia seguinte.

Irene conta que a empresa garantia a volta no domingo, mas como as vantagens eram boas, a família decidiu se voluntariar para ficar também nos próximos dias. Só o marido viajou na segunda-feira.

Varig

O engenheiro civil Murilo Zortea Júnior, de 26 anos, e o irmão Tiago Zortea, de 20, deveriam ter embarcado na terça-feira, mas também não se importaram de ficar em Londres por mais alguns dias.

"Como a gente está em férias, então não tem problema", disse Murilo. "E o dinheiro também não é ruim", completou.

O vôo diário da British Airways de Londres a São Paulo sai às 21h45 (17h45 horário de Brasília), mas nesta quinta-feira Murilo e Tiago chegaram ao aeroporto de Heathrow às 16h30 para colocar os nomes na lista de voluntários para ficar mais um dia.

O estudante Gabriel Lunardi, de 21 anos, que deveria ter embarcado na terça-feira, também estava disposto a fazer o mesmo.

"Quando eu vi o folheto, achei que valia a pena. Eu achei que seria uma burocracia para conseguir as coisas, mas fiquei de cara. A empresa tratou todo mundo muito bem", afirmou.

Segundo um comunicado emitido pela British Airways, São Paulo é um destino popular e não é raro ter excesso de passageiros nesta época do ano.

Mas, de acordo com a empresa, o fato de que alguns vôos da Varig foram suspensos nesta semana contribuíram para que o número de reservas aumentasse.

A assessoria de imprensa da Varig no Rio informou que o vôo de Londres a São Paulo foi suspenso apenas "por dois ou três dias", mas que a situação deverá ser normalizada a partir desta sexta-feira, já que havia um vôo programado para sair do Brasil para Londres nesta quinta.

Segundo a British Airways, a empresa raramente pede que as pessoas se voluntariem para adiar a partida, mas a empresa informou que isso às vezes é necessário.

Para evitar novos problemas nesta quinta-feira, a British Airways colocou um avião maior para fazer o trajeto, aumentando em 52 o número de lugares disponíveis.

A empresa chegou a preparar uma lista com o nome de 17 voluntários, caso a superlotação voltasse a ocorrer.

Irene e as filhas, Murilo, Tiago e Gabriel estavam com o nome na relação, mas dessa vez tiveram de embarcar.




Fonte: A Gazeta

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