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Quinta - 27 de Julho de 2006 às 21:30

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O presidente em fim de mandato do Peru, Alejandro Toledo, afirmou que suas mãos "não estão tingidas de sangue nem de tinta", porque durante seu Governo foram respeitados os direitos humanos e a liberdade de imprensa. Em entrevista publicada hoje, véspera da entrega do cargo, Toledo disse que o momento mais duro de sua gestão (2001-2006) foi a tomada da delegacia da localidade de Andahuaylas, em 1º de janeiro de 2005, por parte do major do Exército Antauro Humala e cem ex-reservistas, "porque se tratava de vidas".

O chefe de Estado disse ao jornal "El Comercio" que valeu a pena convencer Humala, irmão do ex-candidato presidencial nacionalista Ollanta Humala, para que saísse para conversar com os negociadores porque se tivesse entrado na delegacia à força "teria sido terrível".

Toledo considerou uma ironia que um setor da imprensa e a população lhe peçam agora para não deixar o poder, por causa das últimas pesquisas de opinião que lhe dão 47% de aprovação após ter beirado os 10% há dois anos.

O governante peruano, que passará o comando ao líder do Partido Aprista Peruano (PAP), Alan García, acrescentou que nunca interveio no Poder Judiciário nem no Legislativo ou em outros poderes do Estado, como fez seu antecessor Alberto Fujimori (1990-2000).

Para Toledo, a detenção domiciliar de sua irmã Margarita Toledo por suposto delito de fraude eleitoral "é a prova mais clara" de que não interferiu no Poder Judiciário.

Além disso, o presidente disse que a extradição de Fujimori, detido no Chile, só compete ao Poder Judiciário pois intervir na Justiça para conseguir uma decisão judicial propícia ao Estado significaria fazer o que fez o ex-governante.

A respeito das promessas governamentais, Toledo lamentou não ter conseguido uma maior redução da pobreza, que afeta metade da população peruana.

Por outro lado, Toledo lamentou que seu trabalho no Executivo tenha "esfriado" a relação familiar com sua mulher Eliane Karp e sua filha Shantal, que estuda na França.

Toledo disse que a primeira-dama, que estará ausente da cerimônia de transmissão de comando, "é uma mulher distinta, com uma cultura européia que fala o que pensa, o que às vezes lhe gera incompreensões".

Karp, antropóloga, viajou para a França há poucos dias para reencontrar-se com sua filha após uma entrevista na qual respondeu com insultos a seus detratores e fez caso omisso sobre as citações judiciais para que responda por uma denúncia de má administração em uma instituição social criada por ela.

Toledo indicou que a primeira coisa que fará após entregar a Presidência amanhã será "dormir dois dias seguidos", fazer uma revisão médica e reencontrar sua família.

A respeito da filha mais nova, a qual reconheceu legalmente em 2001, Zaraí, de 19 anos, Toledo assinalou que também não teve tempo para construir uma relação com ela.




Fonte: Terra

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