França propõe faixa de segurança em fronteira de Líbano e Israel
O ministro francês de Assuntos Exteriores, Philippe Douste-Blazy, que expôs a proposta ontem, na conferência internacional de Roma, expressou hoje a esperança da França de ter pronto um projeto de resolução em breve.
O memorando francês, de três páginas, pede o fim "imediato" das hostilidades, um apelo que não contou com a adesão dos participantes da reunião de Roma, devido a inúmeros desacordos.
O processo para pôr fim às hostilidades começaria com uma fase de transição, que poderia durar entre 10 dias e duas semanas, e prevê a entrega dos prisioneiros a uma "terceira parte", que tivesse a "confiança" de todos os envolvidos, e os abrigaria até o fim definitivo das negociações.
A comunidade internacional definiria o "marco geral" da regra política e o mandato de uma força internacional.
O memorando prevê a criação de uma faixa de segurança na fronteira entre Israel e o Líbano, que na parte libanesa seria controlada conjuntamente pelo exército libanês e por forças internacionais, e seria livre de armas pesadas na parte israelense.
Além disso, se definiria uma zona em que ficariam proibidos vôos de quaisquer aviões, salvo os da força internacional.
A região em disputa das Fazendas de Chebaa seria evacuada por Israel e posta sob o controle das forças internacionais. A ONU estabeleceria uma fronteira provisória, à espera de um acordo internacional definitivo.
A proposta prevê ainda a neutralização dos arsenais de mísseis do Hisbolá, que também passariam ao controle das forças internacionais.
As missões destas forças internacionais poderiam apoiar o posicionamento do Exército libanês no sul do país, o estabelecimento de tropas na fronteira e o apoio ao reforço das capacidades das forças libanesas.
O marco geral da proposta inclui a aplicação das resoluções da ONU sobre o Líbano, incluindo o desarmamento das milícias, e a restauração da soberania libanesa em todo o seu território.
Para apresentar o acordo às partes envolvidas no conflito, incluindo o Hisbolá, se organizaria uma missão diplomática sob o comando do secretário-geral da ONU, Kofi Annan.
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