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Politica Brasil
Terça - 25 de Julho de 2006 às 10:05

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A CPI dos Sanguessugas já tem provas suficientes para confirmar a participação de cerca de 80% dos 112 parlamentares acusados de envolvimento na máfia das ambulâncias. Segundo o vice-presidente da comissão, deputado Raul Jungmann (PPS-PE), as provas incluem gravações telefônicas e cópias de depósitos bancários, entre outros documentos.

- As dúvidas são quanto aos que receberam em dinheiro vivo, por exemplo, por ser fato de difícil comprovação - afirmou.

Até agora, a CPI notificou apenas os 57 parlamentares que estão sendo investigados pelo Ministério Público e pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Jungmann informou, no entanto, que ainda nesta segunda-feira vai apresentar um requerimento para que a comissão notifique os outros 55 parlamentares denunciados em depoimento à Justiça pelo empresário Luiz Antônio Trevisan Vedoin, acusado de chefiar o esquema, para que apresentem suas defesas por escrito.

- Esses novos denunciados não estão sendo investigados. Por isso, a notificação é necessária até para que eles possam se defender em algum fórum e comecem a ser investigados. É importante que a sociedade saiba que a CPI vai até o fim - ressaltou Jungmann.

O deputado afirmou ainda que vai apresentar outros três requerimentos à comissão. O primeiro é para que STF autorize a quebra de sigilo de todos os novos denunciados, inclusive de parentes e assessores próximos a eles. Já o segundo solicita a convocação, para depor na CPI, do petista José Airton Cirilo, que, na época em que era assessor do ex-ministro da Saúde Humberto Costa, teria, segundo Vedoin, recebido dinheiro para intermediar contatos da "máfia das ambulâncias" com governos petistas do Piauí e do Mato Grosso do Sul.

- É preciso convocar todos os que forem necessários. O próprio Humberto Costa já se colocou à disposição da CPI para qualquer esclarecimento. Depois das devidas explicações, os 112 serão implicados ou inocentados pela CPI - explicou.

O terceiro requerimento que será apresentado por Jungmann, em conjunto com outros membros da comissão, solicita a continuidade, em 2007, dos processos contra os parlamentares cujas participações no esquema de fraudes sejam comprovadas pela CPI.

- Aqueles que forem reeleitos deverão passar por um processo de cassação e os demais deverão ser julgados pela Justiça comum.

O relator da CPI, senador Amir Lando (PMDB-RO), afirmou que, no relatório parcial que deverá apresentar no dia 18 de agosto, pretende apontar os nomes de todos os parlamentares cujas provas já são suficientes para incriminá-los.

- Vamos apresentar no relatório o nome de todos cuja culpabilidade já é visível e encaminhar os resultados à Comissão de Ética - afirmou Lando.

Em depoimento à Justiça, que se estendeu por nove dias, o empresário Luiz Vedoin detalhou como funcionava o esquema de fraude na compra de ambulâncias. Segundo ele, 112 parlamentares estariam envolvidos no golpe, que atingiu quase 10% dos municípios brasileros.





Fonte: Globo Online

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