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Sérvia e Kosovo não abrem possibilidade de acordo sobre estatuto
Mas as delegações da Sérvia, liderada pelo presidente Boris Tadic e pelo primeiro-ministro Vojislav Kostunica, e do Kosovo, liderada pelo presidente Fatmir Sejdiu e pelo primeiro-ministro Agim Ceku, fizeram um acordo de seguir adiante, nas próximas semanas, com as negociações de descentralização, assuntos econômicos e a proteção de santuários ortodoxos.
Caso cheguem a resultados concretos nestas conversas, não relacionadas diretamente com o estatuto da província, Ahtisaari disse que espera poder impulsionar as negociações sobre o futuro de Kosovo e apresentar à ONU, em meados de setembro, um relatório sobre os ganhos alcançados.
O mediador reiterou à imprensa seu objetivo de chegar a uma solução até o fim deste ano, meta apoiada também pelo chamado Grupo de Contato para Kosovo (EUA, Rússia, Grã-Bretanha, França, Alemanha e Itália).
O comunicado, divulgado esta tarde pelo grupo, pede que as duas partes, mais especialmente a Sérvia, sejam "mais flexíveis" para avançar no processo de negociações.
O presidente Tadic disse que a Sérvia "não aceitará nenhuma solução imposta", o que considera "perigoso" para toda a região do sudeste da Europa.
No entanto, negou que seu país vá usar de violência no caso de a comunidade internacional impôr a independência de Kosovo, habitado por cerca de dois milhões de pessoas, na grande maioria albaneses independentistas.
"Belgrado é flexível e favorável a um compromisso, enquanto os albano-kosovares defendem a independência como única opção aceitável", disse o presidente sérvio.
Já Kostunica, defendeu uma "autonomia substancial" de Kosovo e advertiu que uma eventual concessão da independência da região violaria a Carta das Nações Unidas, que defende a integridade territorial de cada um dos países-membros.
"Não queremos governar os albano-kosovares, só queremos defender nossos direitos democráticos", declarou ele.
O presidente albano-kosovar, Fatmir Sejdiu, lembrou o violento passado entre sérvios e albaneses, que marcou a história de seu povo.
"A proposta sérvia tem como objetivo nos governar. Mas somos nós quem deveríamos nos governar. Isso é um direito nacional, constitucional e internacional", disse.
"Não queremos uma solução que vá contra o desejo da população", acrescentou em referência ao fato de que a grande maioria dos habitantes de Kosovo deseja a independência.
O empresário Veton Surroi, membro da delegação albano-kosovar, descartou que se possa chegar a um acordo negociado nesta disputa.
"Em um mundo ideal, gostaríamos de convencer os sérvios de nossa idéia de construir um estado independente funcional; mas não podemos forçá-los", disse o homem mais rico de Kosovo e líder do partido liberal opositor ORA.
O líder da oposição kosovar, o ex-chefe guerrilheiro Hashem Thaci, disse que "a presença de sérvios em Kosovo sempre esteve relacionada à violência".
"Os sacrifícios dos albano-kosovares e o genocídio perpetrado pelos sérvios são os melhores argumentos a favor da independência", acrescentou ele.
Desde o final da guerra de Kosovo, em junho de 1999, a província é administrada pela comunidade internacional.
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