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Internacional
Sexta - 21 de Julho de 2006 às 15:50

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A ordem de convocação de cinco mil reservistas dada hoje pelas autoridades de Israel parece confirmar a tese de que é iminente uma operação terrestre em grande escala no Líbano. Embora as autoridades israelenses, particularmente as militares, estejam tentando minimizar a ordem, é certo que convocar cinco mil efetivos da reserva significa pôr em circulação o equivalente em termos numéricos a uma divisão.

Isso faz crer que haverá uma nova ofensiva contra as tropas da milícia xiita Hisbolá a curto prazo no Líbano, agravando a crise entre os dois países que começou no último dia 12, após o seqüestro de dois soldados israelenses e à morte de outros oito em um enfrentamento com milicianos na fronteira.

No início desta semana foi notificada a ordem de convocação de cerca de dois mil soldados, o equivalente a três batalhões.

O chefe do Estado-Maior do Exército israelense, o tenente general Dan Halutz, disse à imprensa que o "Hisbolá se preparou para uma luta muito longa e o Exército de Israel continua as operações terrestres" para neutralizá-lo.

"Se não combatermos os terroristas, serão eles que nos combaterão", disse Halutz.

"A contenção que mantivemos durante anos foi interpretada pelos terroristas como um sinal de fraqueza. Como militares, temos que neutralizar essa colocação", afirmou.

"Nosso dever é devolver a segurança aos cidadãos de Israel; nossos oficiais e soldados têm o apoio absoluto da sociedade para seguir com sua missão", afirmou.

Segundo fontes militares citadas pelo jornal "Haaretz", se a operação terrestre em grande escala fosse finalmente executada, muitos dos soldados destinados à fronteira com o Líbano se postariam nas aldeias do sul libanês, verdadeiro reduto do Hisbolá.

"Continuaremos batendo na infra-estrutura do Hisbolá por todas as partes e o tempo todo", declarou Halutz.

Após quase dez dias de combates na fronteira e de bombardeios maciços, fica claro para os observadores que Israel não conseguiu neutralizar a milícia xiita nem desmantelar sua complexa rede de lança-mísseis, com os quais está atacando as cidades do norte de Israel.

Israel realizou numerosas incursões sobre o Líbano, lançando bombas sobre pontos estratégicos e deixando as infra-estruturas libanesas muito deterioradas, mas sem conseguir sequer silenciar a rede de comunicação do Hisbolá, a emissora de televisão "Al-Manar".

A "Al-Manar" transmitia nesta quinta-feira uma entrevista do líder do Hisbolá, Hassan Nasrallah, dissipando qualquer rumor de que pudesse ter sido pego em uma das maiores operações da Força Aérea israelense, que de uma única vez lançou vinte e três toneladas de bombas contra um bunker de Beirute onde acreditavam que o dirigente do grupo xiita estivesse escondido.

O comandante da Zona Militar Norte de Israel (o verdadeiro ator das operações nesta ofensiva), o general Udi Adam, tentou hoje minimizar o significado da ordem de convocação dos reservistas.

Em declarações à imprensa, Adam considerou que a medida é necessária para facilitar o descanso de algumas unidades que estão combatendo ininterruptamente desde o início da crise.

O general afirmou que a ordem de convocação é apenas um chamado para que unidades substituam temporariamente as forças que começavam a demonstrar sintomas de cansaço.

"No dia de hoje não podemos falar em uma convocação em massa, mas em algo concreto e limitado", afirmou.

Mas, por outro lado, disse que a operação contra o Hisbolá requer um alto grau de sacrifício, e por isso as baixas serão inevitáveis.

"Estamos executando uma ação de grande exigência; estamos em guerra. A guerra custa vidas; também vidas civis, de modo que sugiro que não contemos os mortos, porque o que necessitamos agora é mostrar nossa força e determinação".

"Nosso objetivo é erradicar o terrorismo e desarmar o Hisbolá", disse o general Adam, ressaltando que a milícia xiita passou vinte anos se preparando para o combate. "Diziam que não dispunham de grandes reservas de mísseis, mas as têm", afirmou ele




Fonte: EFE

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