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Nacional
Sexta - 21 de Julho de 2006 às 15:42

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Daniel Cravinhos, 25, réu confesso no processo que o acusa de ter planejado e matado os pais da então namorada, Suzane von Richthofen, 22, em 2002, chorou compulsivamente nesta sexta-feira ao ser agressivamente acusado pelo promotor Nadir de Campos Junior durante os debates do júri do caso.

"É nojento, é asqueroso o que você fez e, depois, pedir a suíte presidencial de um motel", disse Campos Junior. Imediatamente, Daniel começou a chorar muito e foi abraçado pelo irmão e também réu no processo, Cristian Cravinhos, 30. Cristian envolveu o pescoço do irmão com os braços, embora estivesse algemado.

Os ataques do promotor provocaram uma reação imediata e explosiva da advogada dos irmãos, Gislaine Jabur. Ela discutiu com Campos Junior e exigiu uma mudança no tratamento dado por eles aos réus que, para Jabur, estavam sendo "humilhados". "Eles estão algemados", exclamou.

Os soluços e a intensidade do choro de Daniel alertaram os policiais militares, que acompanham os réus e retiraram os irmãos do plenário.

Suzane esteve presente durante toda a exposição de Campos Junior e, com o rosto permanentemente abaixado, não esboçou nenhuma reação. O advogado Mauro Nacif ficou de pé, ao lado dela, envolvendo-a pelos ombros, enquanto o promotor se dirigia à moça. "Você provocou a morte de seus pais em busca da sua própria felicidade."

"Sociedade"

Para o Ministério Público, Suzane e Daniel conceberam o plano de matar os pais dela e, em seguida, chamaram Cristian para ajudá-los. Os dois rapazes, segundo os promotores, agiram motivados pelo dinheiro, e não pelo amor; enquanto Suzane agiu em busca da própria liberdade.

Em sua fala, o promotor Roberto Tardelli disse que Suzane e Daniel tinham "uma sociedade", uma "empresa Cravinhos/Richthofen para matar". "Na hora em que eles foram presos, a sociedade quebrou. Agora é preciso demonizar a Suzane, demonizar o Daniel e reduzir Cristian a um idiota. Não é verdade."

"Ninguém percebeu nada. A menina meiga e o rapaz meigo continuaram meigos. O casal que está ali, [Nadja e Astrogildo Cravinhos] nada percebeu. O casal que não está ali [os Richthofen] nada percebeu."

Ele ressaltou que a morte dos Richthofen foi agônica e insinuou que o casal tenha percebido o envolvimento de Suzane no crime. "A gente sabe quando o filho chega, e a porta abre."




Fonte: Folha Online

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