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Esportes
Sexta - 21 de Julho de 2006 às 09:06

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O ambiente no Corinthians, que estava estranhamente pacato dada à situação do vice-lanterna no Brasileiro --que só perde e não faz gols há seis partidas-- esquentou ontem.

Houve protesto de torcedores, reunião do técnico com a cúpula da principal organizada do clube, jogadas mais ríspidas no coletivo e até jogador lançando um copo de água em direção a jornalistas.

Exceto por um carrinho mais duro do zagueiro Sebá em cima do atacante Daniel no início do treino, tudo corria calmamente até a chegada de cerca de 20 torcedores, que colocaram faixa da Gaviões da Fiel no alambrado do Parque São Jorge.

Em um intervalo do coletivo, Geninho foi até o limite do campo para conversar com dirigentes da torcida. Enquanto falavam, parte dos jornalistas se deslocou para o setor atrás do banco de reservas, para acompanhá-los à distância.

Neste momento, um copo de água foi arremessado, de dentro do campo, em direção a um repórter cinematográfico e à reportagem da Folha de S.Paulo. Ninguém viu quem jogou, mas alguns atletas estavam próximos do local, descansando no intervalo, como os meias Rosinei e Roger, o zagueiro Betão e o atacante Carlitos Tevez.

Quando o treino recomeçou, os torcedores passaram a se manifestar de forma mais ostensiva, com gritos de ordem contra a diretoria e contra Paulo Angioni, diretor de futebol da MSI, a parceira corintiana.

Após as atividades no campo, uma comissão de cinco torcedores foi recebida por Geninho. Enquanto se reuniam por cerca de 40 minutos, outros torcedores aguardavam os atletas no estacionamento.

Nem mesmo os mais jovens foram poupados. O recém-chegado meia Ramón, ouviu de um torcedor mais exaltado: "Isso aqui não é Galoucura [organizada do Atlético-MG, de onde veio o atleta], tem que jogar bola". O atacante Rafael Moura, que tem o apelido de He-Man, foi chamado de She-Ra. Roger foi rotulado de inútil e ouviu a torcida gritar que ele deveria procurar uma manicure, enquanto o volante Bruno Octávio escutou pedidos para que voltasse ao Aramaçã, clube de Santo André, onde começou.

Depois de sair da reunião com Geninho, o vice-presidente da Gaviões da Fiel, Wildner Rocha, o "Pulguinha", prometeu apoio ao time no sábado.

"Viemos trazer ao Geninho uma leitura das arquibancadas. Sabemos das dificuldades que ele enfrenta, mas sabemos que o Corinthians pode produzir mais e queremos crescer junto com o time", afirmou o torcedor, que não poupou críticas ao presidente Alberto Dualib, a quem considera ausente.

Depois, Geninho comentou o diálogo com os torcedores, o que qualificou como "uma conversa de alto nível". "A participação da torcida não é coisa rara no Corinthians. É bom que a aproximação aconteça da forma como foi hoje [ontem]. Eles vieram demonstrar que querem ajudar", disse o técnico, que preferiu tratar sozinho com os torcedores, sem os atletas.

"Quero deixar os jogadores fora disso. Falei sozinho com os torcedores por opção minha, para livrá-los da pressão", completou Geninho, que destacou não ter mencionado os problemas da diretoria no diálogo.





Fonte: Folha de S. Paulo

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