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Politica Brasil
Quinta - 20 de Julho de 2006 às 07:16
Por: Hélcio Corrêa Gomes

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A campanha eleitoral ao governo do Estado parece que vai ser mais uma vez lavrada no martelo e na bigorna. Tal qual o final da última disputa eleitoral nesta Capital. A disputa em derredor que deveria ser apenas eleitoral, política ou programática já aprofunda seu tronco na degenerescência moral. Nesta semana, quando da estada da CPI, que apura de modo parlamentar a operação sanguessuga, deliberadamente, vazam a imprensa, uma citação duvidosa de um empresário – acuado e acusado judicialmente. A senadora SERYS MARLY apareceu, na base da mágica vil e eleitoral, na imprensa local e nacional, como uma das envolvidas, no esquema das ambulâncias bandidas. A citação de um dos réus, com direito a mentir, para se safar dos crimes, que cometeu, no processo penal, que deveria correr em segredo de Justiça foi tomada, como se fosse um fato inconteste. Neste sentido, sendo um direito penal do réu mentir. Da CPI investigar - observando o sigilo imposto pelo STF.

E do direito da imprensa de exigir previamente evidência, ante uma possível acusação claramente fácil. Tão-somente me resta prosseguir, no meu desejo pueril, de cidadão cuiabano, e querer ser informado da verdade verdadeira.

Afinal, é preciso ante a palavra de qualquer réu, sem nenhum valor, por nada mais ter o que perder, por que quando se assume como bandido, não existe mais o direito da dúvida, quanto ao fato de querer ser mesmo um delinqüente social, ter muita cautela ou polidez. Entendo, com o devido respeito, que quem participa de desvio de dinheiro público, prejudicando milhares de pessoas humildes, que necessitam da rede pública de saúde, não merece qualquer crédito pessoal. Ou ele apresenta evidência, prova ou está somente e apenas tentando arrastar terceiro inocente, ao seu submundo, para tentar sair do cogumelo processual, que o engole e rapidamente poderá levá-lo ao presídio público.

Com a palavra certa ou bíblica, a verdade libertará a verdade. Após mais de 20 anos na política a senadora tornou-se símbolo cívico mato-grossense. Inspirou nossa gente a confiar que é possível fazer o bem-comum prevalecer sobre os interesses mesquinhos ou privados. Não me nego a acreditar nos fatos, nas evidências. Porquanto, insisto e aguardo a realidade sobrepor ao pano sujo da politicagem. E não tenho receio algum de atribuir à presunção de inocência a senadora ariranha. Por que entre uma pessoa de bem e um marginal a serviço de terceiro (escondido sob plumas), fico com a história de cada qual. É fato que a senadora anda mais bonachona com a idade, pode até estar mais lerda ou lenta, mas nunca tivemos qualquer notícia que a desabonasse. Até provem o contrário ela não participa de esquema espúrio. Ante ao menor indício, que a senadora, se tornou uma política imprestável, serei o primeiro a ombrear com seus atuais algozes - ocultos. No contrário, tal como se encontra a notícia, na fina flor da maldade eleitoral, devo continuar a exigir que o verdadeiro acusador saia da caverna e aponte o dedo em riste, por que gostaria de vê-la defender-se da imputação amealhada. No mais parece, contudo, que a recalcitrante acusação eleitoreira na tela vai politicamente provocar um rebuliço ao inverso. A senadora, barulhenta como gralha, a partir de então, está ganhando um novo prêmio eleitoral. Imensa honra publicitária que emotiva excessivamente a sociedade, por ser ela está sendo injustiçada. É realmente vivemos um mundo difícil e contraditório. Ambíguo, onde muitos ventos sopram e em vez de alargar acabam por apagar o próprio incêndio político - fabricado na oficina aristocrática já empobrecida no século passado. A mentalidade antiquada, que ensina dizer mil vezes uma inverdade, para que a mesma torne-se uma verdade falsa esgotou-se meus amigos.

Neste mundo de ódio ou rancor político, que submete os fatos políticos ao campo do vale tudo. E que tenta arrastar à morte o adversário mais próximo para depois se atacar o concorrente maior, nós intelectuais, políticos sérios, jornalistas temos uma obrigação moral com a verdade e não podemos olhar para outro lado. Sequer minimizar o terrorismo ou mostrar indiferença à injustiça. Nem sermos cúmplices na maldade pela omissão. Gosto de lembrar sempre que o silêncio dos bons é pior que a maldade dos maus. A defesa da liberdade, da verdade exige galhardia. Compromisso com nossa própria geração e princípios éticos. Os bandidos devem se aliar aos bandidos e os honestos aos honestos. Assim, me obrigo a deixar aqui registrada minha insignificante solidariedade à senadora vilipendiada, por ser mulher e pessoa proba.

Hélcio Corrêa Gomes é advogado militante em Cuiabá e diretor/tesoureiro da OAB/MT.




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