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Cultura
Segunda - 10 de Julho de 2006 às 08:16

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Embora a catalogação dos filmes não esteja inteiramente pronta, imagens importantes para a História do Brasil já foram encontradas, como, por exemplo, as campanhas políticas de Jânio Quadros, a construção de Brasília e uma expedição, na década de 40, às aldeias indígenas do Xingu, no norte de Mato Grosso.

“Naquela época, as pessoas não viajavam. Com as imagens de lugares distintos, elas começaram a conhecer o Brasil”, diz Regina Carbonari, filha do produtor e idealizadora do projeto Ampla Visão. Até mesmo o Pantanal e a Ilha de Marajó foram retratados.

Os esportes também estão nos filmes de Carbonari. Regina afirma que se surpreendeu ao ver as cenas dos Jogos Pan-americanos de 63 em São Paulo. Já Eugênio Puppo encontrou imagens da Copa do Chile, em 62, da Olimpíada de Tóquio, em 64, e também da partida e a da chegada da seleção brasileira na Copa de 70.

Em 56, Carbonari fez um longa-metragem em homenagem aos 50 anos do vôo de Santos Dumont com o 14 Bis. O filme não chegou a ser exibido e pode ser encontrado no acervo.

“Também dá para ver o desenvolvimento das cidades, da agricultura e da indústria, principalmente, em São Paulo”, diz Regina. Ela ficou espantada ao encontrar cenas da construção do edifício Itália, no centro da capital paulista, e das obras da Via Anchieta, que liga a metrópole a Santos. Cidades do litoral, como Guarujá e Caraguatatuba, foram filmadas por Carbonari. “É incrível saber como elas eram há 40, 50 anos. Não tinha nada”, afirma Regina.

Apesar da quantidade de filmagens, algumas pessoas não gostavam de ter de assistir aos cinejornais para depois ver o filme. Para Regina, o projeto Ampla Visão pode reverter essa imagem dele. “Antes, o que podia ser chato para alguns, hoje é história”, diz.

Para o professor de História do Cinema, Arthur Autran, “é com a recuperação dos filmes e disponibilização deles para pesquisa que se poderá avaliar com precisão a contribuição, certamente relevante, de Primo Carbonari no quadro ideológico, histórico e mesmo estético do cinema brasileiro”.

O projeto tem o apoio da Cinemateca Brasileira, e é patrocinado, entre outros, pela Petrobrás, Nossa Caixa e BNDES. O custo é de R$ 1,5 milhão.





Fonte: 24HorasNews

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