PMDB articula adesões a Lula pelo país
Lula pediu que o assunto só viesse à tona depois da formalização de sua candidatura. O engajamento explícito da maioria do PMDB na campanha é uma aposta de poder do partido que, num eventual segundo mandato, quer participação especial.
Na segunda-feira, o presidente receberá os emissários do PMDB na Granja do Torto para um jantar. O presidente do Senado, Renan Calheiros, os senadores José Sarney (AP) e Ney Suassuna (PB), além dos deputados Eunício Oliveira (CE) e Jader Barbalho (PA), avisarão a Lula do engajamento dos diretórios na campanha.
Sarney é o mais otimista: acha que a adesão a Lula pode chegar aos 21 diretórios. Os mais realistas acreditam que trabalharão efetivamente pela eleição de Lula de 16 a 18 diretórios. Ontem, Sarney mapeou os apoios a Lula nos diretórios.
Mesmo nos Estados em que o PMDB rompeu com o PT, como Santa Catarina e Rio Grande do Sul, a ala governista da legenda acha que parte dos peemedebistas apoiará Lula.
O presidente nacional do PMDB, Michel Temer, já soube informalmente da articulação governista, mas não pretende barrar movimentações dos diretórios. O PMDB optou por não lançar candidato próprio à Presidência da República.
No encontro com a cúpula governista do PMDB, Lula deve solicitar que o partido indique um representante para discutir o programa de governo.
Segundo o ex-ministro Eunício Oliveira, os diretórios ainda não definiram como formalizarão o apoio. Uma possibilidade é que seja feito um documento em que o PMDB sinalize com pontos e ações prioritários de um eventual segundo mandato.
Seria uma forma de começar a interferir na formulação do programa de governo. "É um embrião para o segundo mandato", admite Eunício Oliveira. "Será um movimento oficioso de apoio", explicou Suassuna.
Eunício Oliveira deixou de disputar o Senado no Ceará para facilitar a composição PT-PSB-PC do B-PMDB. "Minha saída da campanha ao Senado foi em função da campanha de Lula", afirma Oliveira. O candidato ao Senado será Ignácio Arruda (PC do B). No Pará, Jader Barbalho também evitou um vôo ambicioso ao governo. O PMDB terá candidato ao governo, mas num segundo turno poderá fazer aliança com o PT. A fatura dos apoios peemedebistas Lula conhecerá em 2007, se vencer a eleição.
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