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Esportes
Sexta - 30 de Junho de 2006 às 12:27

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Os grandes jogadores e as grandes equipes mostram seu valor nesse momento". A frase do atacante argentino Carlitos Tevez resume bem o clima para a partida entre Alemanha e Argentina desta sexta-feira, que vale vaga para as semifinais da Copa do Mundo. Se alguma dessas seleções pretende chegar ao título da competição, precisa provar sua grandeza desde já.

A afirmação vale especialmente para os alemães, que entrarão no Olympiastadion, em Berlim, esperando encerrar um incômodo tabu de mais de cinco anos sem vencer uma seleção de ponta do futebol mundial. O último triunfo foi nas eliminatórias para a Copa de 2002, em outubro de 2000, quando bateu a Inglaterra por 1 a 0 em Londres.

De lá para cá, foram 12 duelos contra campeões do mundo e nenhuma vitória – empatou duas vezes com a Argentina, uma com o Brasil e outra com a França, e perdeu em duas oportunidades para Brasil, França e Itália, e uma para Argentina e Inglaterra. A situação piora se forem contabilizados também confrontos diante de Holanda (dois empates e uma derrota) e Espanha (uma derrota), países sem títulos mundiais, mas de tradição na Europa.

No meio do tabu, foi vice mundial em 2002 e amargou duas goleadas históricas: 5 a 1 para a Inglaterra (nas eliminatórias do Mundial passado, em 2000) e 4 a 1 para a Itália (em amistoso realizado em março deste ano).

Apesar do retrospecto negativo, os alemães estão confiantes para a partida desta sexta diante da Argentina. “Estou muito otimista. Parece que chegou a hora de acabar com essa série negra e avançar às semifinais”, afirmou o técnico Jurgen Klinsmann, que é o maior modelo da revitalização das esperanças germânicas.

Desacreditado no início de seu trabalho e alvo de críticas duras de Beckenbauer, ele se tornou praticamente uma unanimidade durante o Mundial. Com seu carisma, é tido como um motivador e fez questão de mostrar isso no discurso. “Estamos no mesmo nível das oito melhores equipes nesta Copa e não temos que temer ninguém. A Argentina é um dos gigantes, mas vamos estar em igualdade contra eles”, disse.

Contra os argentinos, o tabu já dura 16 anos. A última vez que os alemães venceram os sul-americanos foi na final da Copa do Mundo de 1990, na Itália. Na época, o triunfo por 1 a 0 teve um gosto de vingança para os europeus, derrotados quatro anos antes na decisão da Copa de 1986, no México, por 3 a 2. Faz tanto tempo o triunfo que, na ocasião, Klinsmann era o principal atacante alemão. Depois disso, foram dois empates e duas derrotas.

Porém, o triunfo naquela partida gera polêmica até hoje. O gol do título saiu aos 40 minutos do segundo tempo, em cobrança de pênalti convertida por Brehme. Muitos, entretanto, questionam a marcação do mexicano Edgardo Codesal, que viu falta de Dezotti no atacante Voller dentro da área.

Atual auxiliar-técnico de Jose Pekerman na seleção argentina, Nestor Lorenzo era meia-atacante da equipe sul-americana em 1990. E não tem dúvida em afirmar que “o árbitro marcou um pênalti inexistente para a Alemanha”. A Argentina ainda teve dois jogadores expulsos: Monzón e Dezotti.

No total, são 16 partidas entre alemães e argentinos ao longo da história, com sete vitórias dos sul-americanos contra cinco dos europeus. Em Copas, além das decisões de 1986 e 1990, houve mais dois confrontos: em 1958, na Suécia, os alemães levaram a melhor; em 1966, na Inglaterra, o jogo não saiu do 0 a 0.

Para apimentar: Em um clássico de tamanha rivalidade, não poderiam faltar as provocações e elas foram uma tônica durante esta semana. O atacante Klose, artilheiro da competição com quatro gols, disse que a Argentina teve azar de cruzar com a Alemanha. “Sabemos que a Argentina é uma grande equipe e que era favorita antes de o Mundial começar, mas eles tiveram o azar de encontrarem conosco”, declarou o alemão.

Confiante, o jogador afirmou que não teme defesa argentina. “Não penso nas defesas. Conheço os jogadores, mas, no estado em que me encontro agora, não tenho por que me esconder diante de qualquer zagueiro do mundo”, esnobou.

Os argentinos não deixaram por menos. “Será uma partida muito difícil, cerebral também. A Alemanha terá que mostrar mais do que fez até agora para nos vencer”, afirmou o atacante Carlitos Tevez, que deve começar a partida no banco de reservas. “Acho que se formos para cima deles, eles vão cair rápido”, acrescentou.

Sobre o fato de terem praticamente todo o estádio torcendo contra, os comandados de Jose Pekerman mostraram tranqüilidade. “Temos 60% de chances de ganhar o jogo. Nós temos de pensar em todos que estão assistindo a gente na Argentina. O estádio vai ser todo alemão, mas estamos acostumados e isso não será problema”, declarou Saviola.

Eufórica e acreditando no título, a torcida será uma das armas da Alemanha. Desacreditada antes do início do Mundial, sobretudo após a vexatória derrota diante da Itália, a seleção alemã conquistou a confiança dos torcedores ao longo da competição. A goleada de 4 a 2 sobre Costa Rica na estréia causou uma boa impressão, confirmada depois nas vitórias sobre Polônia (1 a 0), Equador (3 a 0) e Suécia (2 a 0). Tudo para mostrar de vez que voltou a ser grande. Mas terá de bater os grandes...





Fonte: gazeta Esportiva

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