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Nacional
Sexta - 23 de Junho de 2006 às 09:59

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O texto "original" da "lista de Furnas", documento de cinco páginas que registra supostos financiamentos de campanha a 156 políticos durante a campanha eleitoral de 2002, é diferente da primeira cópia dos papéis que chegaram à Polícia Federal no final do ano passado.

Segundo a Folha apurou, há diferença no local onde aparecem as rubricas atribuídas a Dimas Toledo, ex-diretor de engenharia de Furnas Centrais Elétricas.

A lista, que registra um suposto esquema de caixa dois que teria destinado R$ 40 milhões aos 156 políticos, foi declarada autêntica pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística) no dia 15 de junho. Segundo o órgão, não houve montagem e é verdadeira a assinatura de Dimas Toledo no final do texto.

A autenticidade da lista foi questionada por uma carta apócrifa que, segundo a Folha apurou, foi produzida por assessores do PSDB de Minas --os tucanos são os principais atingidos pela lista.

A carta faz referência a um segundo laudo produzido pelo INC e a outro do Instituto Del Picchia, feitos sobre cópias da lista e não sobre os papéis originais. Nos dois foram apontados indícios de fraude. As cópias foram apresentadas à PF pelo lobista Nilton Monteiro, que diz ter recebido a lista das mãos de Dimas, no início de 2005, quando o então diretor de Furnas tentava convencer políticos de vários partidos a mantê-lo no cargo. Depois, entregou os originais à PF. As duas listas não coincidem.

"Confiante na sua impunidade e parecendo zombar da opinião pública, o sr. Nilton conseguiu o impensável: apresentar um original que é diferente das cópias a que teria dado origem", informa a carta apócrifa. Ainda segundo o texto, os originais foram "fabricados" por Nilton após ele ter sido pressionado com processos e indiciamento.

"Como os primeiros [as cópias] eram malfeitos, optou por produzir novos papéis, onde tentou corrigir os erros mais gritantes apontados pelos peritos, como, por exemplo, a grosseira falsificação da assinatura", diz a carta.

O texto também critica a atuação da Polícia Federal, acusada de não ter iniciado nenhuma investigação contra Nilton, mas de ter centrado os trabalhos na tentativa de conferir veracidade à lista.

Num quadro anexado à carta são apontadas dez supostas contradições do lobista. Uma delas é sobre a lista original. Depois de afirmar à polícia e em entrevistas que não tinha mais os documentos, ele recuou e afirmou que tinha os documentos, mas precisava de garantias para apresentá-los. Posteriormente, afirmou que manteve os originais por seis meses.





Fonte: Folha Online

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