Maggi anuncia apoio a Lula dia 30
O entendimento entre Maggi e Lula, apesar das negativas oficiais, está bem adiantado. A oficialização depende apenas da decisão da convenção nacional do PPS, que será realizada hoje, no Rio de Janeiro. Até então, Maggi se dizia cabo eleitoral do presidenciável tucano Geraldo Alckmin.
Ele está trabalhando pessoalmente para que o partido decida ficar livre, sem apoiar um candidato à Presidência. Nesse quadro, Maggi pode dar apoio informal à reeleição de Lula. Os dois vão estar amanhã, em Araucária (PR), na Grande Curitiba, na inauguração de uma refinaria da Petrobras. "O presidente Lula convidou o governador Blairo Maggi, que aceitou participar do evento", informou um assessor do chefe do executivo estadual.
O apoio de Maggi a Lula prevê a construção de uma aliança mais à esquerda em torno da sua reeleição. Além do PP e do PTB, que já integram a base de apoio, a coligação passaria a contar com o PT e o PMDB, ao invés do PSDB e do PFL. A chapa majoritária seria constituída, além de Maggi, pelo deputado federal Carlos Abicalil que seria lançado para o Senado.
O entrave está sendo o PMDB. Os membros da comissão do partido dizem, publicamente, que a agremiação não está exigindo nada em troca do apoio, o que não é verdade. Os peemedebistas querem indicar o vice, que ficaria entre a deputada federal Teté Bezerra e o presidente da Assembléia Legislativa, Silval Barbosa.
"O PMDB está jogando pesado para indicar o vice", confirmou um membro do PPS. Em razão disso, Blairo Maggi já adiou, por duas vezes, reunião com a comissão peemedebista, que manteve até agora conversação apenas com o presidente regional do PPS, Percival Muniz.
A negociação entre Maggi e Lula continua restrita "a quatro paredes". A senadora Serys Marly, pré-candidata ao governo do Estado, tem procurado ignorar a movimentação que está sendo feita para retirá-la da corrida pelo Palácio Paiaguás. Mas assessores de Abicalil já comentam abertamente essa possibilidade que foi negociada, pessoalmente, pelo presidente da República.
Um sinal claro da possibilidade do PPS e PT se aliarem em Mato Grosso está na agenda em comum de Maggi e Lula neste período, que termina dia 30 de junho, dos governantes participarem de atos públicos, como inauguração de obras. Mas o mais significativo, de acordo com uma liderança socialista, é a inauguração da reforma do aeroporto Marechal Rondon ser marcada para o último dia deste período.
"Maggi vai ser a conquista mais importante de Lula antes do início da campanha", avalia um dirigente do PPS. Por isso, os convencionais do partido vão defender nesta segunda, na convenção nacional, para que a agremiação fique livre e o governador tenha um amplo espaço para fazer as manobras políticas necessárias para consolidar o seu projeto de reeleição.
Comentários