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Cidades/Geral
Sábado - 17 de Junho de 2006 às 20:50

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A falta de atendimento especializado em pediatria no Programa Saúde da Família (PSF) gera um aumento na demanda por outros serviços de saúde, como os prontos-socorros e hospitais. A avaliação é do presidente da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), Dioclécio Campos Júnior. Uma carta pedindo a inclusão de pediatras na equipe do Saúde da Família foi entregue hoje (16) por Campos ao assessor especial da Presidência Swedenberger Barbosa.

"O médico do Programa Saúde da Família, na grande maioria dos casos, é um recém-formado, ainda despreparado para resolver os problemas na instância primária do atendimento", disse Dioclécio.

Segundo ele, a remuneração oferecida pelo programa é um dos atrativos para os jovens profissionais. De acordo com a SBP, o salário do Saúde da Família chega a até R$ 7 mil, enquanto um médico recém-formado, que decide fazer residência em pediatria, recebe, em média, R$ 1,6 mil.

Dioclécio Campos afirmou que muitos médicos do programa, por inexperiência, não conseguem tratar as doenças e acabam encaminhando o paciente para outro serviço. "Há um encaminhamento grande de casos, que estão sobrecarregando as unidades secundárias de saúde, os prontos-socorros, as emergências. Tudo porque falha o atendimento primário. Falha por incapacidade, por despreparo do profissional de saúde que está lá na frente".

O presidente da SBP disse que a necessidade de pediatras na equipe do Saúde da Família é maior ainda no interior do país, onde muitas vezes a rede de saúde é precária. Segundo ele, o Ministério da Saúde adota uma postura de que o programa precisa ser adotado de forma uniformizada em todo o país e, por isso, não poderia contratar pediatras para algumas regiões.

"Eles Ministério da Saúde têm uma visão ?macdonaldizada? do programa, como se fosse uma franquia: tem que ser igual em todos os lugares do Brasil. Só que o Brasil não é igual em todos os lugares, as realidades são diferentes. É preciso adaptar cada estratégia à realidade, para que ela seja eficaz", afirmou.

De acordo com o médico, depois de receber a carta, o assessor Swedenberger Barbosa informou que o assunto será avaliado pela Presidência da República e encaminhado ao Ministério da Saúde.





Fonte: Agência Brasil

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