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Internacional
Sábado - 17 de Junho de 2006 às 11:42

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O vice-primeiro-ministro israelense, Shimon Peres, assegurou hoje que Israel defende o diálogo com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) e se pronunciou a favor do estabelecimento de uma "paz econômica" antes da política.

"Em vez de abordar o problema das fronteiras políticas, é preciso chegar primeiro à paz econômica. A paz política será alcançada mais tarde", disse Peres no Cazaquistão, durante o fórum regional Conferência de Cooperação e Medidas de Confiança na Ásia (CCMCA).

Peres afirmou que "Israel se propõe a realizar negociações com os palestinos, a maioria dos quais quer a paz", informou da antiga capital cazaque, Alma-Ata, a agência russa "Interfax".

"Hoje estamos perto de conseguir a concórdia. A distância entre nós é hoje em dia a mais curta dos últimos 50 anos. Mas falta vapor a nossos motores, temos pouca velocidade. Devemos nos prover de energia para chegar à paz", disse.

Peres acrescentou que "Israel vive muito perto do povo palestino, que tem o direito de dispor de um Estado próprio e de desenvolver sua economia". "Quanto mais propícia for a situação na ANP, melhor vizinho terá Israel", acrescentou.

Após a cúpula da CCMCA, Peres realizou uma reunião à parte com o presidente russo, Vladimir Putin, a quem reiterou a vontade de Israel de dialogar com a ANP.

Peres afirmou sem rodeios que o Movimento de Resistência Islâmica (Hamas), que ganhou as eleições parlamentares da ANP, "é incapaz de governar", em alusão às brigas internas entre os grupos palestinos.

O líder israelense assinalou, além disso, que a ANP, que nos últimos dez anos recebeu da comunidade internacional US$ 10 bilhões, atualmente carece de meios financeiros e necessita de ajuda, após os cortes de assistência por causa da postura intransigente do Hamas.

Putin - cujo país faz parte do Quarteto de Madri de mediadores internacionais para a crise do Oriente Médio, junto a Estados Unidos, ONU e União Européia - confirmou a disposição de Moscou de contribuir para a solução do conflito.

O representante da ANP no fórum da CCMCA, Mohammed Saad Ahmed Auda, membro do Comitê Executivo da Organização para a Libertação da Palestina, disse, por sua vez, que seu Governo está pronto para negociar com Israel, mas em troca de uma série de condições.

"Exigimos que deixem de edificar o muro de separação e de limitar o deslocamento dos palestinos e das mercadorias vitais para nosso povo", manifestou.

Ele explicou que o muro de separação construído por Israel na Cisjordânia tira da ANP 45% de seu território nessa área e priva os palestinos do acesso a mais de 80% dos recursos hídricos do rio Jordão.

Além disso, Auda exigiu que Israel não restrinja as operações financeiras da ANP, ao assinalar que "o nível de pobreza entre a população chegou a 70% e o de desemprego, a 40%".

Ao ser perguntado pela imprensa sobre a possibilidade de se reunir em Alma-Ata com Shimon Peres, Auda respondeu que para a causa da paz "será muito mais proveitosa" a planejada reunião do primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, com o presidente da ANP, Mahmoud Abbas.





Fonte: EFE

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