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Internacional
Sexta - 16 de Junho de 2006 às 20:50

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O Hamas recebeu nesta sexta-feira com satisfação e algumas críticas o anúncio de um novo mecanismo criado pelo Quarteto para o Oriente Médio (EUA, União Européia, ONU e Rússia) para a transferência de ajuda aos palestinos na Cisjordânia e em Gaza.

O porta-voz do Hamas, Sami Abu Zuhri, disse à imprensa que sua organização "abençoa qualquer ajuda que seja proporcionada aos palestinos, sempre que for incondicional e mediante os canais adequados".

A Comissão Européia (CE, órgão executivo da UE) propôs destinar este ano 100 milhões de euros ao mecanismo internacional de ajuda direta ao povo palestino, assinado pelos líderes da UE na cúpula de Bruxelas que terminou hoje.

O porta-voz do Hamas no Conselho Legislativo, Salah Bardauil, disse que o anúncio "é um passo na direção certa", mas lamentou que a UE não coopere com o governo do Hamas e "não respeite a democracia".

Bardauil se referiu ao fato de o Hamas ter vencido as eleições legislativas em 25 de janeiro e, portanto, ser o governo legítimo do povo palestino.

O Quarteto impôs três condições ao governo do Hamas para retomar as transferências de dinheiro: renunciar à violência, reconhecer o Estado de Israel e aceitar todos os acordos iniciados a partir de 1993, em Oslo.

Condições

A comissária européia de Assuntos Exteriores, Benita Ferrero-Waldner, declarou hoje que "está muito próximo um acordo" sobre o mecanismo, que, conforme a encomenda do Quarteto à CE, mantém a concessão de ajuda com a condição de que o auxílio não passe pelo governo palestino, dominado pelo Hamas.

Segundo a porta-voz de Assuntos Exteriores da CE, Emma Udwin, a previsão é que, "nos próximos dias", os demais membros do Quarteto, as instituições financeiras e os países doadores aprovem o mecanismo, de modo que, no início de julho, já poderão ser feitos os primeiros pagamentos.

"Tentamos encontrar uma solução aceitável para todos", disse Ferrero-Waldner, que ressaltou a importância de a fórmula atingida ter sido obtida com os demais parceiros internacionais.

A comissária viajará a Jerusalém na próxima segunda-feira (19) para explicar o acordo. É quase certo que ela visite Ramallah para se reunir com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas.

Em princípio, as verbas serão destinadas ao financiamento de programas de saúde pública, bem-estar social e serviços municipais.

Ferrero-Waldner disse que esses programas têm como objetivo evitar uma crise humanitária entre os quase quatro milhões de habitantes da Cisjordânia e de Gaza, onde o governo da ANP não pode pagar o salário de 160 mil funcionários públicos por falta de verba.

A UE --principal doadora da ANP-- e os EUA interromperam o envio de ajuda em março, depois que o Hamas, considerado uma organização terrorista por europeus, americanos e israelenses, assumiu o governo palestino.





Fonte: EFE

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