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Cultura
Quarta - 14 de Junho de 2006 às 10:13

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Depois de passar pelos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul, uma das caravanas do programa Música de Câmara Brasileira: Homenagem a Radamés Gnattali e Grandes Poetas, Grandes Canções, composta pelos músicos Paulo Porto Alegre (violão), Edelton Gloeden (violão) e Alceu Reis (violoncelo), chega à Cuiabá. A apresentação faz parte do Projeto de Circulação de Música de Concerto e ocorre hoje, 14, às 20h, no Teatro Universitário. Vale ressaltar que a entrada é 1 kg de alimento não-perecível.

O programa "Homenagem a Radamés Gnattali" foi idealizado em Comemoração ao Centenário de Nascimento do Compositor gaúcho (1906-1988). A Direção Musical é de Edelton Gloeden e Adélia Issa, a produção nacional é de Marcelo Fernandes e a produção local fica por conta da Coordenação de Cultura da UFMT.

Serão apresentadas as combinações que Gnattali imaginou para os dois instrumentos amigos: as peças para dois violões (dedicadas ao Duo Assad) e as obras para violoncelo e um ou dois violões. No repertório, Brasiliana nº 4 (1949) - versão do autor para 2 violões - Prenda Minha (Moda Gaúcha), - Samba-Canção (Copacabana R.J.), - Desafio (Nordeste) e Marcha-Rancho; Tocata em Ritmo de Samba nº 1 (1951) - versão do autor para 2 violões ; Brasiliana nº 8 (1956/1981) - versão do autor para 2 violões - Schottisch, - Valsa e Tocata; Sonata para violoncelo e violão (1959) - Allegro Cômodo - Adágio, e Movido Sonatina para violoncelo e 2 violões (1966) - Allegro Moderato - Acalentando e Rítmico

Para o violonista, compositor e arranjador Paulo Porto Alegre - que conviveu com Gnattali e há 25 anos executa sua obra, a história tem mostrado a importância do músico gaúcho. "Ele se denominava um compositor neoclássico nacionalista, ou seja, modestamente se considerava um mero compositor brasileiro, sem novidade alguma no plano formal e estrutural. Dizia que compunha por necessidade orgânica e achava que não tinha a menor importância. A posteridade desmentiu isso, pois quem conseguiu combinar o popular e o erudito da maneira magistral como ele conseguiu não fez pouca coisa".

Apesar de não tocar violão ou violoncelo, Radamés Gnattali sempre teve um apreço enorme por estes dois instrumentos, utilizando-os em várias de suas obras. Ele teve muitos amigos violonistas: Laurindo de Almeida, Garoto, Dilermando Reis, José Menezes, Sérgio e Odair Assad e Paulo Porto Alegre, entre outros. Assim, ele adquiriu o hábito de escrever para seus amigos, e portanto deixou uma vastíssima produção para violão - solo, com grupos de câmara, quatro concertos para violão e orquestra, três concertos para dois violões e orquestra e o Concerto Carioca nº 1, para violão, piano e orquestra. Seu grande amigo violoncelista foi Iberê Gomes Grosso, talvez a maior referência do violoncelo no Brasil. Radamés costumava dizer que toda a sua obra para violoncelo havia sido dedicada a Iberê - o Concerto para Violoncelo e Orquestra, o Concerto para Violoncelo, Piano e Orquestra, as duas Sonatas para Violoncelo e Piano, a Sonatina para Violoncelo e Piano, a Sonata para Violoncelo e Violão, e a Sonatina para Violoncelo e dois Violões, entre várias outras.

Os músicos: Paulo Porto Alegre teve como professores alguns dos maiores violonistas de nossa época: Isaías Sávio, Henrique Pinto e Abel Carlevaro. Tem se apresentado intensamente como solista e camerista por todo o país e exterior e já atuou como solista junto às principais orquestras brasileiras. Tem participado regularmente como professor dos Festivais de Música. Merece destaque seu trabalho como arranjador e compositor, atividade esta que ganhou relevância nos últimos dez anos, a partir do início da edição de suas obras na Alemanha e no Brasil.

O paulistano Edelton Gloeden é um dos mais destacados violonistas brasileiros da atualidade. Apresenta-se em recitais solo, com grupos de câmara, e em concertos com orquestra em todo o Brasil, América Latina, Estados Unidos e Europa. Tem se dedicado intensamente ao repertório brasileiro, realizando inúmeras primeiras audições de obras de grandes compositores. Doutor em Artes pela Universidade de São Paulo, onde é professor no Departamento de Música da Escola de Comunicações e Artes, também é presença constante nos mais importantes festivais de música em todo o Brasil.

A sensibilidade musical e o excelente domínio técnico de Alceu Reis colocam-no entre os mais destacados violoncelistas brasileiros da atualidade. É o primeiro violoncelo convidado da OSESP - Orquestra Sinfônica do Estado de São Paulo - e também um dos integrantes do renomado Quarteto Amazônia, com o qual, em 2002, participou de uma turnê européia apresentando-se no Festival de Verão de Carinsthischer, na Áustria. É um grande intérprete da obra de Radamés Gnattali, com quem conviveu por vários anos. Vários de seus alunos integram diversas orquestras profissionais no Brasil e no exterior.

O projeto é uma realização da Funarte e conta com o patrocínio da Petrobrás por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura e apoio local da Universidade Federal de Mato Grosso.

Serviço: Projeto de Circulação de Música de Concerto Hoje, 14 de junho 20 h Teatro Universitário Entrada: 1 kg de alimento não-perecível





Fonte: Da Assessoria

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