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Esportes
Terça - 13 de Junho de 2006 às 07:13

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A hora da verdade para o Brasil, enfim, chegou. A seleção de Ronaldo, Ronaldinho e Kaká estréia na Copa do Mundo com a missão de justificar o favoritismo, confirmar sua força e mostrar que é considerada a melhor do mundo com justiça. O confronto com a Croácia, às 15 horas (de Mato Grosso), atrai grande atenção em toda a Europa, é o recordista de cobertura de imprensa e vai levar ao Estádio Olímpico de Berlim mais de 60 mil torcedores.

Um aperitivo do que ocorrerá hoje na Alemanha pôde ser provado nesta segunda-feira. A entrevista de Carlos Alberto Parreira e dos jogadores levou ao estádio centenas de jornalistas. Na frente do hotel em que a seleção está hospedada, era fácil observar outras centenas de pessoas em busca de autógrafos ou fotos dos ídolos. Um repórter inglês chegou a comparar a paixão do público pela seleção brasileira com o que ocorreu com os Beatles, banda formada em Liverpool, nos anos 60. Talvez tenha exagerado um pouco, mas o que se vê em relação à seleção brasileira é realmente impressionante.

O time de Parreira é, de longe, o mais assediado entre todos na Copa. Na mídia, o Brasil massacra os adversários. O jogo de maior procura pelos jornalistas na primeira fase é o de hoje, em Berlim. Mais de 800 profissionais estão na lista de espera para conseguir entrada. A maioria não terá sucesso.

Tudo isso por causa da badalação da equipe sul-americana, considerada a número 1 da atualidade. Os resultados levaram o Brasil a essa condição. Ganhou, afinal, o último Mundial, a Copa América de 2004 e a Copa das Confederações de 2005. E conta com vários dos atletas mais conceituados do futebol.

Os elogios, o favoritismo e o prestígio, por outro lado, aumentam a responsabilidade do grupo. Aspecto, aliás, bastante discutido internamente entre Parreira e os jogadores. E um obstáculo a ser superado. "O povo não espera nada que não seja a vitória, as pessoas já consideram o título ganho pelo Brasil e isso aumenta nossa pressão", declarou Parreira, com semblante tranqüilo, durante entrevista coletiva, à noite, no Estádio de Berlim.

A preocupação do treinador nos últimos dias foi tentar diminuir essa cobrança em cima do elenco, embora saiba que tem à disposição profissionais experientes e maduros. À imprensa, disse que a obrigação de vencer é da Alemanha, "por ser o time da casa".

Parreira reiterou que não espera exibição de gala diante dos croatas. E tem razão para cautela. Apesar da badalação, o Brasil não disputa um jogo oficial desde outubro do ano passado. "O importante é vencermos", ressaltou.

Em 2006, enfrentou três adversários inexpressivos em amistosos – Rússia, time suíço do Lucerna e Nova Zelândia – e não pôde ser testado. Por isso, o técnico campeão mundial em 94 disse que "chegou a hora da verdade". Ninguém cogita, na Europa, a possibilidade de os galácticos do Brasil negarem fogo na hora da decisão. Mas Ronaldo se recupera de contusão, Adriano e Roberto Carlos tiveram temporada ruim e Dida não mostrou a regularidade de outros anos.

O desempenho do quadrado mágico é cercado de expectativa. O mundo espera show de Kaká, Ronaldinho, Adriano e Ronaldo. Mas será que o esquema ofensivo não vai abrir espaço para o adversário na defesa? O otimismo é grande e levou Parreira a dizer que "o time reserva do Brasil não deve nada para a Croácia". Os croatas não gostaram nada de seu comentário e prometem dificultar a partida do Grupo F, que ontem teve a vitória da Austrália sobre o Japão por 3 a 1.

Parreira vai dedicar vitória a dona Geni

Carlos Alberto Parreira demonstrou, às vésperas da estréia do Brasil, seu lado mais sentimental. O técnico da seleção afirmou que dedicará uma eventual conquista do título e "todas as outras conquistas" a sua mãe, Dona Geni, falecida em outubro do ano passado com 86 anos.

Em sua quinta Copa do Mundo, Parreira enfrentará seu primeiro Mundial sem o apoio de sua mãe. O técnico contou que anda com fotos dela e admitindo que sentiu saudades de sua mãe nos últimos dias enquanto a seleção se preparava para a Copa. Parreira também lembrou que sempre tinha que ligar para ela nos dias dos jogos para dizer que estava bem. "Ela estava sempre do meu lado, me incentivando, me apoiando", contou, apontando que às vezes os dois se falavam quando ele já estava nos vestiários dos estádios, minutos antes das partidas.

Na Copa de 1994, nos Estados Unidos, Dona Geni ficou famosa depois de pedir que seu filho levasse Ronaldo para o Mundial. Na época, o atacante tinha apenas 17 anos, mas já brilhava com seus gols. O Brasil acabou conquistando o tetracampeonato, depois de 24 anos na fila.





Fonte: Folha do Estado

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