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Internacional
Domingo - 11 de Junho de 2006 às 12:20

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O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, e seu primeiro-ministro, Ismail Haniyeh, farão hoje uma reunião com o intuito de superar a crise gerada pelo plebiscito de 26 de julho.

As diferenças entre ambos aumentaram depois da morte, em uma praia de Gaza, de sete civis palestinos em um ataque do Exército israelense.

Em outras ações da Força Aérea israelense, outros três palestinos - dois milicianos do Hamas e um da Jihad Islâmica - morreram em dois ataques perto do povoado de Beit Lahia e do campo de refugiados de Jebalia, no norte de Gaza. Além disso, nove ficaram feridos ao tentarem disparar foguetes Qassam contra Israel, segundo fontes militares.

No povado de Sderot, onde foi disparada a maioria dos 18 foguetes lançados desde ontem à noite contra solo israelense, um trabalhador ficou gravemente ferido e duas mulheres sofreram um ataque de histeria esta manhã. Por conta da escalada da violência, o prefeito de Sderot, Eli Moyal, mandou fechar as escolas.

Uma reunião de três horas no sábado à noite entre Abbas e Haniyeh deu fim à persistente discordância sobre o referendo. Haniyeh e Abbas são adversários políticos, já que o presidente da ANP é um dos líderes do Fatah e, o primeiro-ministro, do Hamas.

O plebiscito em torno do chamado "Documento dos Prisioneiros", uma proposta de paz que defende um Estado palestino ao lado do de Israel, será apreciado amanhã em um "debate de emergência" no Gabinete Nacional, presidido por Haniyeh, e também no Conselho Legislativo, no qual os representantes islâmicos são maioria - 74 de 132.

"Expliquei ao presidente (Abbas) que o referendo pode dividir o povo palestino e que um diálogo sério e construtivo (entre o Hamas e o movimento nacionalista Fatah) será muito melhor que essa consulta", disse Haniyeh no sábado à noite aos jornalistas.

Fontes palestinas não-identificadas citadas hoje pelo jornal israelense "Ha''aretz" informaram que Abdel Halek Natshe, o militante do Hamas que assinou o "Documento dos Prisioneiros" na prisão israelense de Hadarim junto com o dirigente do Fatah Marwan Barghouthi, decidiu retirar sua assinatura do documento.

A Polícia em Israel está alerta, com medo de vinganças após a morte de civis e de vários milicianos na praia de Gaza na sexta-feira, como Jamal Abu Samhadana, chefe dos Comitês Populares.

O ministro da Defesa de Israel, Amir Peretz, habitante de Sderot, espera para terça-feira os resultados da investigação do ataque israelense n praia.

Peretz defendia hoje a possibilidade de a explosão ter sido causada por um Qassam desviado ou uma bomba velha que não tenha explodido, e não pela artilharia israelense.

Na reunião semanal do Governo israelense, o primeiro-ministro, Ehud Olmert, antes de viajar esta tarde para o Reino Unido e a França, reiterou seu pesar pela tragédia na praia de Gaza, sem assumir responsabilidades. Ele acredita que o melhor seja esperar a conclusão da investigação para, em seguida, o processo de paz com os palestinos ser retomado.

Contudo, ele não negou que, paralelamente, continuará atacando quem os ataque, "não importa quando nem onde". "Nenhum deles possui seguro de vida", ameaçou Peretz.

Olmert tem uma reunião prevista para o fim deste mês com o presidente Mahmoud Abbas. O objetivo é destravar as negociações de paz, estagnadas desde 2000, segundo o "Mapa de Caminho", o plano internacional do Quarteto de Madri (formado por EUA, Rússia, ONU e UE) que israelenses e palestinos aceitram.

O plano, que, assim como o "Documento dos Prisioneiros", propõe uma solução do conflito por meio de "dois Estados para dois povos",, também será posto à prova caso Abbas mantenha o referendo do dia 26 de julho.





Fonte: EFE

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