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Economia
Sábado - 03 de Junho de 2006 às 07:20
Por: Juliana Scardua

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Suinocultores de Mato Grosso amargam prejuízo de aproximadamente R$ 4 milhões ao mês por conta da defasagem entre o preço de venda e o custo de produção da atividade no Estado. Enquanto o gasto é avaliado em R$ 1,30 a cada quilo de suíno vivo produzido, na hora da comercialização o valor médio pago pelos frigoríficos é de R$ 1,05, diferença de 19,24%. A conta no vermelho é acirrada com o efeito da carga tributária. Embora o preço de pauta já tenha sido reajustado para baixo 3 vezes este ano, o valor atual de R$ 1,28 o quilo do suíno vivo é 17,97% superior ao preço de mercado.

A queda nos valores é provocada principalmente pelo excesso de carne no mercado interno após o embargo decretado pela Rússia, maior comprador individual da carteira do complexo carne. O bolo em perdas é calculado sobre a média mensal de produção no Estado, de 16,04 milhões de quilos. Caso o preço de mercado estivesse em equilíbrio ao custo de produção, o setor registraria faturamento bruto de R$ 20,852 milhões ao mês. Mas a conta indica ganho bruto mensal hoje de R$ 16,842 milhões.

O alerta vermelho na suinocultura regional já perdura pelo menos há 5 meses, conforme destaca o gerente executivo da Associação de Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Custódio Rodrigues de Castro Júnior. Em dezembro do ano passado o quilo era comercializado a R$ 2,12. "Muitos produtores já estão quebrando". O limite suportável pelo setor coincide com a previsão de retomada das exportações russas, esperadas para o fim deste mês.

Castro Júnior afirma que aflição do setor é ainda maior ante a chegada do outono europeu, já que o frio intenso e as calotas de gelo começam a dificultar a passagem dos navios de carga a partir de agosto e setembro. "Se as exportações não forem retomadas logo será um verdadeiro caos na suinocultura de Mato Grosso".

A Rússia embargou a compra de carne suína, bovina e de subprodutos produzidos em Estados no dia 13 de dezembro do ano passado após a descoberta de focos de febre aftosa no rebanho bovino do Mato Grosso do Sul e Paraná. Suínos, caprinos e ovinos também são animais suscetíveis à doença. A Rússia respondia por cerca de 15% da pauta de exportações do complexo carne de Mato Grosso. O veto comercial também atinge os Estados de São Paulo, Goiás, Minas Gerais e Santa Catarina.





Fonte: A Gazeta

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