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Economia
Segunda - 29 de Maio de 2006 às 08:24
Por: Mauricio Araujo

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Quem quiser saborear um azeite feito de óleo de castanha-do-pará produzido segundo boas práticas sociambientais na Amazônia brasileira poderá encontrá-lo nas prateleiras do Mercado Municipal da cidade.

A Ouro Verde Amazônia, empreendimento localizado em Alta Floresta (MT), vendeu um primeiro lote de azeite de castanha para dois empórios localizados no "mercadão" paulistano - o produto é fruto de três anos de pesquisa, que também resultou na produção de um creme de castanha e um granulado de castanha.

Ana Luiza Riva, sócia da Ouro Verde, explica que o foco da empresa é a área alimentícia: "São produtos para o consumo no dia-a-dia com uma composição nutricional muito boa. O azeite pode ser utilizado como um azeite de oliva, o granulado é uma espécie de farinha e o creme é uma geléia com aplicações múltiplas na culinária". Os dois últimos são produtos neutros, que podem constituir combinações doces ou salgadas, de acordo com a receita do consumidor.

Parcerias

Da idéia inicial, baseada no conceito de que "valorizar a castanha era uma maneira de reverter o quadro de desmatamento na região", até a venda deste primeiro lote de azeite de castanha, Ana e seu sócio Luiz Laranja da Fonseca, passaram por três anos de pesquisa e diversas parcerias. A Fundação de Apoio à Pesquisa do estado do Mato Grosso (Fapemat) financiou uma parte do desenvolvimento tecnológico e das pesquisas relacionadas à composição e aprimoramento dos produtos, onde também houve cooperação com a Escola Superior de Agrilcultura Luiz de Queirós (ESALQ-USP).

Além disso, o Balcão de Serviços para Negócios Sustentáveis, projeto de Amigos da Terra - Amazônia Brasileira, prestou serviços de marketing e viabilizou a participação da Ouro Verde na feira Mercado Floresta, realizada em novembro passado na Oca do Parque do Ibirapuera em São Paulo. O Balcão forneceu subsídios para a exposição dos produtos na feira, arcando com os custos do estande e do transporte até São Paulo.

Marketing

Luiz Villares, gerente do Balcão, explica como foi o trabalho desenvolvido com o empreendimento: "Primeiro, percebemos que o serviço de marketing era a área de prestação de serviços que o Balcão deveria oferecer. E pelo caráter inovador dos produtos e pela sua qualidade ficou claro que nosso papel seria o de proporcionar a formação da identidade visual e também a confecção da embalagem dos produtos."

Para tanto, foi contratado o consultor Carlos Fernando Fróes, publicitário e designer, que explica o processo: "Detectamos que eles tinham uma excelente castanha e um óleo que deveria ser um dos primeiros a ser viável para o consumo no mercado. Além disso, a castanha é um produto saudável, devido à presença de diversas substâncias que inclusive previnem alguns tipos de câncer. O desafio era trazer estes indícios e ícones para dentro dos produtos".

Partindo deste ponto, Fróes criou a identidade visual da marca Ouro Verde e também desenhou as embalagens dos diversos produtos. Seu envolvimento não parou por aí: atuou também na escolha das embalagens, de vidro e de plástico, que envolvem os produtos da linha da empresa.

Ana afirma: "O que eu tiro disso é a importância de firmar estas parcerias: com a Esalq, a Fapemat e o Balcão de Serviços para Negócios Sustentáveis. O Balcão foi fundamental para a gente, aconteceu numa hora em que estávamos numa transição entre produzir e atingir o mercado”.

O desafio da Ouro Verde agora é se firmar no mercado alimentício de Mato Grosso, São Paulo e possivelmente Rio de Janeiro. A estratégia inicial é distribuir os produtos em empórios e a produção da empresa continuará focada na castanha: "queremos diversificar a produção, mas verticalizando na castanha. Temos inclusive uma proposta de fazer um mestrado conjunto com a USP, uma pesquisa envolvendo nosso azeite e suas aplicações com seis tipos de ervas que pode auxiliar muito neste desafio".





Fonte: 24Horas News

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