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Internacional
Domingo - 28 de Maio de 2006 às 09:22

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O Papa Bento XVI pediu neste domingo aos poloneses que defendam o cristianismo na Europa e no mundo, durante uma missa acompanhada com fervor por quase 900.000 fiéis no centro de Cracóvia. "Peço a vocês que compartilhem com outros povos da Europa e do mundo o tesouro da fé", disse o Pontífice ao final da homilia, ainda mais espiritual que de costume, sem nenhuma referência à política atual ou passada da Polônia.

Na Polônia - que há dois anos entrou para a União Européia (UE) -, 90% dos habitantes são católicos e metade deste percentual é praticante. A Igreja Católica tem grande peso na vida pública polonesa, ao contrário do que acontece em vários países europeus. Durante a missa, Bento XVI destacou que com o pontificado de seu antecessor, o polonês João Paulo II, a Polônia "se tornou uma terra de especial testemunho da fé em Jesus Cristo".

O Papa alemão Joseph Ratzinger pediu aos poloneses que permaneçam fiéis à memória do antecessor e "vosso compatriota", que defendeu a fé "com uma força e uma eficácia extraordinárias". A missa campal de Cracóvia aconteceu no quarto e último dia da visita à Polônia de Bento XVI. O Sumo Pontífice lembrou aos presentes o pedido para "ser fortes, com a força que a fé dá", feito por João Paulo II na primeira viagem a Polônia como Papa, em 1979, o que acelerou a fragilidade do regime comunista daquela época.

Os poloneses veneram João Paulo II como um santo e também atribuem a ele um papel essencial na queda do império soviético, que começou justamente pela Polônia. Na homilia, o Pontífice não fez referência às dificuldades econômicas de muitos poloneses nem ao atual governo do país, formado por uma coalizão conservadora que também é integrada pela extrema-direita ultracatólica e pelos populistas. O Papa também dirigiu uma saudação especial "aos poloneses que vivem fora de sua terra", numa referência à emigração em massa para a Europa ocidental, fundamentalmente. Bento XVI destacou: "Para os cristãos, olhar para o céu é mais importante que a vida terrena. A causa de Cristo é o mais importante".

O Sumo Pontífice também pediu aos jovens que evitem as drogas, uma "ilusão" que ameaça sua vida e liberdade. Além disso, agradeceu aos jovens pela declaração "Eu não me drogo. Estou livre das drogas", que foi entregue com 30. 000 assinaturas coletadas em toda a Polônia por meio de uma campanha na internet. "Peço a vocês como um pai: sigam fiéis a isso. Estão em jogo suas vidas e sua liberdade. Não sucumbam às ilusões deste mundo", afirmou. Entre 40.000 e 60.000 poloneses são usuários freqüentes de drogas, segundo as autoridades. O vício ameaça entre 300.000 a 600.000 pessoas. O Papa Bento XVI concluirá a peregrinação a Polônia com uma emotiva e simbólica visita ao maior campo de extermínio construído pelos nazistas na Polônia, Auschwitz-Birkenau. No local, o Sumo Pontífice alemão, de 79 anos, rezará pelas vítimas da brutalidade nazista. Depois se reunirá com 32 sobreviventes do campo de concentração, ao lado do muro de execuções que separa os blocos 10 e 11 de Auschwitz, onde milhares de prisioneiros foram fuzilados pelos nazistas.




Fonte: AFP

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