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Economia
Domingo - 28 de Maio de 2006 às 07:30

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A situação das indústrias cerâmicas da Grande Cuiabá está levando as empresas a iniciar o processo de demissões. Aquelas que já estavam com problemas há mais tempo já demitiram ou deram férias coletivas para seus empregados.

A Cerâmica Argila, que ficou parada por 25 dias, chegou a demitir mais de 50% do seu quadro de funcionários. A empresa, que tinha 25 trabalhadores ativos, conta agora com apenas 12.

De acordo com o empresário Ernani de Oliveira Fonseca, a cerâmica está deixando de atender aos pedidos, pois somente agora a produção está sendo retomada. “Uma das alternativas é buscar resíduos para queima fora do Estado, mas isso é inviável devido ao alto custo do frete. Se optarmos pelo pó de serra, temos que trazer o produto de uma distância superior a 500 quilômetros – vindo do Norte do Norte do Estado - e isso também é inviável”, aponta o empresário.

A Argila tem capacidade instalada para produzir 500 mil peças de cerâmicas, mas não chega a fabricar 100 mil peças atualmente.

A Cerâmica Ideal, em Várzea Grande, está parada há mais de 40 dias. O proprietário da empresa, Vanderley Simi, disse que o quadro de funcionários é pequeno (apenas 17) e por isso está “segurando para não demitir”. Muitos trabalhadores tiveram folga.

A produção da Cerâmica Ideal - 300 mil peças/mês – é direcionada para os mercados de Cuiabá e Chapada dos Guimarães.

Duas das maiores cerâmicas do Estado – a Santo André e a São Bento, ambas instaladas em Várzea Grande – também enfrentam sérios problemas com a falta de palha de arroz para a geração do processo industrial.

Segundo o proprietário da Cerâmica Santa André, Mauro Guimarães, a fábrica está funcionando com apenas 40% da sua capacidade instalada, que é de 800 mil peças/mês. “Estamos com problemas há cerca de 60 dias, mas ainda não demitimos porque acreditamos que a situação vai se normalizar nos próximos dias e as cerâmicas irão retomar suas atividades plenamente”, acredita o empresário.

A Santo André abastece cerca de 30% do mercado da Grande Cuiabá e conta com um quadro de 160 funcionários.

A São Bento, também com capacidade instalada para produzir 800 mil peças mês, gera 160 empregos diretos, e está com a sua fábrica de tijolos totalmente parada.

“A situação é crítica. Nunca passamos por um momento como este”, diz o proprietário da empresa, Eustáquio Machado, alertando que se a situação continuar, o problema vai se agravar e obrigar muitas empresas a enxugar seus quadros funcionais.

A São Bento até agora não demitiu, mas aguarda o desfecho do movimento dos agricultores para tomar uma decisão. (MM)




Fonte: Diário de Cuiabá

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