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Politica Brasil
Quinta - 18 de Maio de 2006 às 07:01
Por: Aline Chagas

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Mais duas parlamentares e um ex-parlamentar de Mato Grosso tiveram os nomes citados por documentos apreendidos na empresa Planam, acusada de comandar o esquema de fraudes em emendas para a área de Saúde.

A deputada federal Teté Bezerra (PMDB), a senadora Serys Slhessarenko (PT) e o ex-senador Carlos Bezerra (PMDB) constam em listas do livro-caixa apreendido no HD dos computadores da empresa. Os documentos foram entregues na terça-feira pelo delegado federal Tardelli Boaventura durante o depoimento à Comissão de Sindicância da Câmara.

A comissão já investiga 16 deputados de todo o Brasil por suposta participação no esquema de compra irregular de unidades móveis de saúde e equipamentos médicos. A nova lista traz de novo à tona nomes de deputados descartados de investigação pela Mesa Diretora da Câmara, como Pedro Henry (PP) e Lino Rossi (PP). Pelos documentos apresentados na terça-feira, o nome dos deputados federais Henry, Rossi e Teté Bezerra e o ex-senador Carlos Bezerra aparecem uma lista intitulada “contas a pagar”.

No caso da senadora Serys, o nome constava em uma lista intitulada “Projetos de Interesse”. Nessa lista, de acordo com os relatos, os projetos de emenda eram acompanhados passo a passo pela equipe da Planam. As planilhas da empresa tinham dados minuciosos sobre as emendas dos parlamentares. Entre os dados da planilha, constam nomes de municípios para o qual se destinava a emenda, o valor aprovado, o nome do deputado responsável pela apresentação e a senha de acompanhamento dos projetos, fornecida pelo Ministério da Saúde aos municípios.

Em depoimento à Comissão de Sindicância da Câmara dos Deputados ontem pela manhã, a ex-assessora do Ministério da Saúde, Maria da Penha Lino, afirmou que a lista de parlamentares envolvidos que consta no HD entregue ao Supremo Tribunal Federal chega a 283.

Até o momento havia duas listas já divulgadas com nomes de parlamentares citados em documentos e gravações telefônicas interceptadas pela Polícia Federal. A primeira foi a lista com 63 nomes encaminhada pela PF à Justiça Federal. A Polícia Federal destacou, logo na primeira semana da Operação, que a lista não apontava o envolvimento dos deputados, mas sim os nomes que apareciam nas investigações. Dias depois, em seu segundo depoimento, Maria da Penha Lino divulgou o nome de 81 parlamentares com envolvimento no esquema da Planam. Na mesma oportunidade, Penha disse que a lista completa estaria no HD que ela tinha guardado e que foi entregue ao STF.

A nova denúncia de Maria da Penha Lino da existência de 283 parlamentares com nomes citados no livro-caixa da Planam foi recebida com cautela pelos membros da comissão de sindicância da Câmara. O relator da comissão, deputado Robson Tuma (PFL-SP), comentou que ainda não é possível dizer se a denúncia tem consistência e que todas as informações devem ser avaliadas com cautela, porque dizer número e nomes nesse momento pode provocar injustiças.

O corregedor-geral da Câmara, Ciro Nogueira (PP-PI), informou ontem que novos nomes serão incluídos na lista de deputados investigados e que um dos que já constam será excluído por falta de indícios.

A comissão de sindicância também ouviu ontem o depoimento de sócios e pessoas ligadas à empresa Planam e o sócio da empresa Frontal, Ronildo Pereira Medeiros. No total, foram oito depoimentos. Darci José Vedoin, dono da Planam, disse no depoimento que a pessoa responsável pelas negociações era o filho dele, Luiz Antônio Trevisan Vedoin.

Já o filho de Darci assumiu que fazia a contabilidade da empresa, mas negou que tinha pago propina a parlamentares. Luiz Antônio confirmou as informações do livro-caixa, mas disse não saber o motivo dos nomes dos parlamentares aparecerem nos documentos.

A Polícia Federal encaminhará hoje os 54 inquéritos para a Justiça Federal. Todos os 54 investigados serão indiciados pelo delegado federal Tardelli Boaventura.





Fonte: Diário de Cuiabá

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