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Politica Brasil
Quarta - 17 de Maio de 2006 às 07:29
Por: Marcondes Maciel

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Cerca de mil pessoas, representando diversas entidades ligadas ao agronegócio, fizeram ontem pela manhã um protesto no Posto Zero, em Várzea Grande, em apoio ao movimento Grito do Ipiranga. De lá, os manifestantes saíram em carreata pela avenida da FEB até à Praça do Choppão, em Cuiabá, percorrendo cerca de oito quilômetros. A Polícia Militar acompanhou a carreata até o local da dispersão. Dez tratores e três caminhões integraram o movimento. No cruzamento entre as avenidas Prainha e Isaac Póvoas, os manifestantes atearam fogo em pneus.

A manifestação ocorreu no momento em que se realizava, em Brasília, uma reunião de governadores de nove estados brasileiros com os economistas Paulo Rabello de Castro e Guilherme Leite da Silva Dias e o professor da Universidade de São Paulo Fernando Homem de Mello para discutir alternativas para a crise no agronegócio.

Portando faixas e cartazes com palavras de ordem como “Nosso futuro depende da agropecuária”, “Universitários apóiam o Grito do Ipiranga” e “Sem agricultura a cidade pára”, cerca de 300 estudantes da área de ciências agrárias de universidades de Cuiabá e Várzea Grande saíram às ruas em solidariedade ao movimento.

No total, já são cerca de 70 municípios de Mato Grosso mobilizados pelo movimento Grito do Ipiranga, que hoje completa um mês desde o início da mobilização, iniciada no pequeno município de Ipiranga do Norte (665 quilômetros ao Norte de Cuiabá).

Os manifestantes, em sua maioria estudantes e filhos de produtores, procuravam explicar à população os motivos do protesto.

“Não queremos fazer baderna. Estamos aqui por uma causa justa, que é defender um setor do qual dependemos no futuro para o nosso trabalho e nossa sobrevivência”, afirma o líder estudantil Pedro Mura, do sexto semestre de Agronomia do Centro Universitário Univag.

Segundo ele, a situação dos estudantes “é crítica”, pois muitos não estão podendo pagar a faculdade e outros simplesmente já pensam em trancar a matrícula.

Fernando Roveri, filho do sojicultor José Carlos Roveri, da região de Rondonópolis (210 quilômetros ao Sul de Cuiabá), está enfrentando dificuldades para continuar estudando. “Tememos ter que parar o nosso curso porque as mensalidades são caras e os nossos pais estão em dificuldades. Estamos preocupados”.

Érica de Almeida (3o semestre de Agronomia) e Graziela Dalmazo, filha do agricultor Alceu Dalmazo (região de Sapezal), também estão apreensivas quanto ao futuro. “Esperamos que esta crise seja passageira, pois queremos concluir os nossos estudos e encontrar mercado para trabalhar”, afirmam as estudantes.

Raquel Martelli, filha de Darcy Martelli, produtor de soja na região de Tapurah, diz que apóia o movimento porque “sem agricultura ninguém vive. A base da nossa economia é o agronegócio. Por isso temos que lutar para manter a viabilidade deste setor”, afirma a estudante que cursa o 1o semestre de Administração na Univag.





Fonte: Diário de Cuiabá

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