32 ônibus são depredados na greve

A greve no transporte coletivo entra hoje no terceiro dia e as empresas responsabilizam os trabalhadores pela depredação de 32 coletivos. Empresários repudiam as "ações criminosas e violentas que vêm sendo praticadas sob a tutela do sindicato laboral". Segundo informações do Sindicato das Empresas do Transporte Coletivo Urbano (STU), foram depredados 7 ônibus da empresa Pantanal Transportes, 10 da Norte Sul, 3 da Arara Azul e 12 da Princesa do Sol. No primeiro dia de greve dezenas de veículos tiveram os pneus furados e motoristas foram impedidos de trabalhar pelo comando de greve.

Hoje, às 14 horas, será realizada uma audiência de conciliação entre empresários e trabalhadores, na sede do Tribunal Regional do Trabalho. A reunião está marcada para as 14 horas. Compromissos anunciados anteriormente pelos advogados das duas partes podem suspender a reunião, que poderá ocorrer ao final da tarde. O juiz do TRT, João Carlos Ribeiro de Souza, vai presidir a audiência. Em caso de não haver consenso a decisão sobre o acordo entre patrões e trabalhadores pode ir ao pleno do TRT, no julgamento do dissídio, já ajuizado pelos empresários.

A Secretaria Municipal de Trânsito e Transporte Urbano (SMTU) não concluiu, oficialmente, os dados em relação a fiscalização quanto ao cumprimento de liminar que obriga manutenção de 60% da frota no horário de pico e 30% nos demais horários. Mas de acordo com dados preliminares, foi mantida a frota de 60% até as 8 horas. Os carros começaram a deixar as garagens às 6h. Apenas a empresa Age, no Osmar Cabral, trabalhou no período da manhã com apenas dois ônibus, porque os funcionários não deixaram os veículos rodarem.

Uma ordem de serviço nomeando as linhas e o número de coletivos que deveria operar para cumprimento da liminar foi distribuído pela SMTU às empresas e trabalhadores na tarde do dia 15. Nos bairros mais populosos, como o Pedra 90, algumas linhas tiveram uma redução de 10 para 6 veículos no pico e para apenas 2 em outros horários. Outras linhas acabaram sem nenhum veículo para atender a comunidade. Os 82 veículos do transporte alternativo que não circularam no primeiro dia da greve, ontem atuaram com carga horária das 5 horas à meia-noite. Trabalhadores em greve também decidiram que os grevistas deveriam cumprir a carga horária de 6 horas diárias, ao atenderem a liminar do Tribunal Regional do Trabalho. No entendimento dos empresários, os trabalhadores devem cumprir a jornada de 8 horas.

Pela manhã, um tumulto no terminal André Maggi, em Várzea Grande, resultou na depredação de veículos da empresa Arara Azul, que atua no intermunicipal. Segundo Cypriano Alves, integrante do sindicato dos trabalhadores, os passageiros ficaram revoltados porque vieram dos bairros até o terminal e não havia veículos suficientes para trazê-los a Cuiabá. Para conter o tumulto foi necessária a ação da PM e da Guarda Municipal.