Assessor isenta deputado federal

Francisco Machado Filho, assessor do deputado Nilton Capixaba, negou em depoimento ontem à Comissão de Sindicância qualquer envolvimento do patrão com o esquema de fraude licitatória. Francisco revelou que emprestou a senha do sistema da Câmara dos Deputados (Siafi) para a empresa de Darci José Vedoin uma vez, mas frisou que com a senha os empresários não poderiam mudar nada nas emendas dos deputados, apenas acompanhar os trâmites no órgão e saber para quais municípios seriam destinados as emendas.

O advogado de Francisco, Leonardo Furtado Borelli, informou que no depoimento à PF, o assessor do deputado Nilton Capixaba confirmou que a conversa entre ele e Luiz Antônio Trevisan sobre o jornalista do Correio Braziliense foi em tom de brincadeira. De acordo com o delegado, Francisco disse à Polícia Federal que não conhecia o jornalista e nem sabe de nenhum acordo de pagamento para que o profissional não fizesse matéria sobre o deputado.

Também em depoimento, José Wagner dos Santos negou conhecimento de qualquer esquema de fraudes licitatórias. Conforme o advogado de José Wagner, Ulisses Rabaneda, o funcionário da AMM contou que está em Brasília desde abril de 2005 e que a função dele era apenas auxiliar os prefeitos na cidade. Sobre qualquer relação com Maria da Penha Lino, José Wagner informou que a conhece da época em que ela era presidente do Conselho das Secretarias Municipais de Saúde de Mato Grosso (Cosems/MT).

O advogado dos irmãos Rodrigo e Rogério (sobrinhos de Ronildo Pereira Medeiros, dono da empresa Frontal), Otto Medeiros de Azevedo, contou que em depoimento Rodrigo afirmou que nunca soube do esquema. Rodrigo revelou que tinha conhecimento que sua conta bancária era utilizada pela Planam para depósitos em torno de R$ 20 mil, mas que em seguida esse dinheiro era sacado e entregue para Darci José Vedoin. Depois de questionar quatro vezes sobre os motivos desses depósitos, resolveu pedir demissão. (AC)