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Politica Brasil
Sexta - 12 de Maio de 2006 às 07:06
Por: Adriana Vandoni

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O jornalista Sérgio Porto criou na década de 50/60, com o pseudônimo de Stanislaw Ponte Preta, o FEBEAPÁ (Festival de Besteiras que Assola o País). Era um arquivo das besteiras praticadas pelos políticos brasileiros. Naquela época Stanislaw já dizia que no Brasil as coisas acontecem, mas depois, com um simples desmentido, deixam de acontecer. E não é que é assim até hoje? Nunca se viu, como hoje, tantas besteiras feitas e desfeitas, faladas e desfaladas, praticadas, assumidas e absolvidas. A impressão é que o Brasil está passando por um processo de expurgação.

Chegamos a um ponto em que duvidam até das denúncias comprovadas, não acreditamos nas investigações e desconfiamos dos julgamentos. Bem, os veredictos a esta altura são meras peças para os anais do Congresso Nacional ou do Ministério Público, ou da Polícia Federal ou de qualquer veículo de comunicação que se interesse em manter um arquivo de fatos brasileiros.

Até quando vamos suportar essa situação? É bem verdade que o crime é uma invenção da sociedade, isto é, a sociedade determina o que é certo ou errado. Dentro da visão de um infrator ele pode acreditar que não está, de fato, cometendo uma transgressão, restando apenas convencer seus julgadores de que não houve crime, logo, não há culpado. Tudo depende do ponto de vista. Básico e límpido. Aliás, José Cavalcanti, deputado federal pela UDN da Paraíba até 1963, quando foi cassado, disse certa vez que: o homem de responsabilidade política não mente, inventa a verdade. Portanto!

Nossa classe política é fantástica, ela está em constante processo de auto-superação. Uma parte não viu nada, outra não escutou e outra não falou. Se falou, esqueceu. Silvinho “land Rover” que o diga. Triste mesmo é ter memória num país de desmemoriados. Ser imbecil é muito mais fácil, vamos nos imbecilizar para suportar.

De nada vai adiantar ficarmos como boiótas indignados. Chego apensar que é melhor acabarmos achando graça, porque o Brasil de hoje está muito mais divertido que antes. Em qual época existiu um Garotinho fazendo greve de fome por terem descoberto que seu financiador mora dentro de um presídio? É uma piada. É a banalização da corrupção. Não existe, nisso eu acredito, que haja um só programa ou ação governamental na qual não se encontre ao menos um indício de desvio de dinheiro público.

Até quando vamos suportar essa situação?

Como dizia o Barão de Itararé: Ou restaure-se a moralidade ou locupletemos-nos todos!





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