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Meio Ambiente
Quinta - 11 de Maio de 2006 às 23:59
Por: Valeria Cristina

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Qualquer programa de manejo do jacaré como atividade produtiva tem que levar em consideração o meio ambiente. Esse foi o princípio básico abordado na palestra da pesquisadora da Embrapa Pantanal, Zilca Campos, que fez parte da programação dessa quinta-feira (11) do XXXIII Conbravet.

A pesquisadora falou sobre Ecologia do jacaré do Pantanal e uso sustentado da espécie na região e destacou que, como todo animal selvagem, a sobrevivência do jacaré depende da qualidade do ambiente. O clima, por exemplo, é determinante para o sexo da espécie.

A Embrapa Pantanal já tem 20 anos de pesquisa sobre a biologia e a ecologia para promover a conservação do jacaré pelo uso sustentável da espécie. São muitos dados que, segundo Zilca Campos, estão disponíveis à consulta.v Conforme dados da Embrapa, a população de jacarés do pantanal (MT e MS) está em torno de 20 milhões de animais. Essa população está estável, mas Campos ressalta que a taxa de sobrevivência da espécie é baixa. Os filhotes são muito atacados por predadores naturais.

A população, no entanto, permanece estável, por conta da longevidade do animal - entre 40 e 50 anos.

"Estamos praticamente há 20 anos contando os mesmos jacarés", explica. Essa estabilidade também se deve a qualidade do meio ambiente que ainda está preservada. Por enquanto, Zilca descarta qualquer possibilidade de extinção e também de superpopulação.

Sobre a criação de jacaré como atividade produtiva, a pesquisadora destaca que o negócio ainda está no começo. Em Mato Grosso já há criadores em Cáceres e Poconé.

"A tendência é que esse agronegócio aumente, mas ainda falta estruturação.

Não temos aqui, por exemplo, um curtume legalizado.

O couro produzido tem que ser enviado ao Rio Grande do Sul", aponta. Um frigorífico de Cáceres já está buscando a certificação para o abate. O frigorífico possui hoje o registro no Serviço de Inspeção Estadual (SIE) e está em vias de obter o registro no Serviço de Inspeção Federal (SIF) que habilitará o frigorífico para a exportação.

São duas as maneiras de se criar jacaré, pelo sistema fechado ou aberto. No fechado o produtor cria suas próprias matrizes e desenvolve o plantel, independentemente de estar próximo do ambiente natural da espécie. Já o sistema aberto depende do meio ambiente, pois o produtor retira os ovos dos ninhos e leva para eclodir em cativeiro. No caso, sempre em áreas próximas ao Pantanal.

Como os produtores dependem da natureza, Zilca Campos alerta para a necessidade de ações de conservação e manutenção da qualidade do meio ambiente para preservação da espécie. De acordo com ela, os fazendeiros do Pantanal, em geral, têm contribuído para preservação do ambiente, mas como as propriedades são diferentes, a qualidade varia de local para local. Ou seja, em propriedades mais degradadas, com maior área de pasto, a incidência de jacarés é menor. Resumindo, a pesquisadora ressalta que o sucesso da atividade depende diretamente do interesse e atitude dos empresários.





Fonte: Da Assessoria

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