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Politica Brasil
Quarta - 10 de Maio de 2006 às 07:36
Por: Augusto Castro

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Aos 55 anos de idade, o ex-policial civil João Arcanjo Ribeiro, o "Comendador", é apontado como chefe do crime organizado no Mato Grosso. Ele depôs nesta terça-feira (9) em Cuiabá perante senadores integrantes da CPI dos Bingos. Arcanjo informou que, após deixar de ser policial civil, começou a trabalhar com garimpos de ouro, chegando a vender, em um ano, 480 quilos de ouro apenas para a Caixa Econômica Federal e um banco do Mato Grosso.

Em 1980, relatou o "Comendador" para o senador Juvêncio da Fonseca (PSDB-MS), ele começa a explorar o jogo do bicho na capital mato-grossense. Em 1994, Arcanjo trabalha com empresas de "factoring" (troca de cheques pré-datados). Em 2002, a Polícia Federal (PF) deflagra a Operação Arca de Noé e prende várias pessoas ligadas ao "Comendador".

Embora a Polícia Federal afirme que o ex-policial civil é detentor de um patrimônio da ordem de R$ 1,2 bilhão, Arcanjo admitiu aos senadores ter atualmente um patrimônio estimado em R$ 400 milhões.

Entre o tempo que trabalhou como policial e a sua prisão no Uruguai, é significativo o número de negócios com os quais Arcanjo trabalhou: além de factorings, também cassino, fazendas, hotéis, shoppings e piscicultura (chegava a vender 500 toneladas mensais de pescado).

O senador Romeu Tuma (PFL-SP) mostrou espanto diante das suspeitas da PF de que Arcanjo chegava a decidir se máquinas caça-níqueis seriam ou não instaladas no Mato Grosso. Para Tuma, é possível que o "comendador" contava com influências dentro das forças policiais do estado. "Não dá para aceitar uma pessoa que autorizava ou não outro tipo de jogo a entrar na cidade se ele não tivesse uma cobertura bastante forte. Com muita dor no coração admito isso" - afirmou Tuma à imprensa.

Tuma também afirmou que o depoimento de Arcanjo "não acrescentou nada" sobre o suposto envolvimento do depoente com o assassinato do prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, em janeiro de 2002. O senador disse acreditar que a acusação não passa de uma "mistura de histórias".




Fonte: Agência Senado

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