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Polícia Brasil
Terça - 09 de Maio de 2006 às 08:24

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Maria da Penha Lino, considerada uma das pessoas mais importantes do esquema desbaratado pela Operação Sanguessuga, está disposta a contar tudo o que sabe sobre o esquema de superfaturamento nas licitações de compra de unidades móveis de saúde e equipamentos hospitalares. O advogado de Maria da Penha, Eduardo Mahon, ofereceu ontem ao Ministério Público Federal o depoimento imediato da cliente em troca de incluí-la no Serviço de Proteção à Testemunha.

Maria da Penha era funcionária do Ministério da Saúde em Brasília, onde foi presa. A transferência para Cuiabá ocorreu no sábado à noite e, desde então, está no presídio feminino do Pascoal Ramos. Eduardo Mahon explicou que a Maria da Penha está disposta a falar, desde que o acordo feito com a Polícia seja para a proteção e não para a delação premiada.

Segundo Mahon, não é correto Maria da Penha ter a delação premiada porque ela não participava do esquema de compras superfaturadas. Mahon frisou que Maria da Penha afirma que nunca participou de qualquer esquema e que, na verdade, era contra essas atividades. “Como ela não é culpada, portanto, não é ré, deve ser incluída no serviço de proteção à testemunha”, afirmou Mahon.

O advogado disse que ainda não teve a resposta do Ministério Público Federal, mas que o novo depoimento de Maria da Penha depende exclusivamente dela receber proteção. A delação premida, de acordo com Mahon, não é de interesse. Se for a única opção oferecida, Maria da Penha só falará em juízo. Na delação premiada, o réu tem a pena abrandada.

No pedido de prisão, o delegado federal Tardelli Boaventura aponta que Maria da Penha é “uma pessoa extremamente importante e de confiança dentro do esquema montado pela organização criminosa”. A ex-funcionária do Ministério da Saúde (exonerada após a Operação Sanguessuga) também trabalhou na Planam, empresa de Darci Vedoin, considerado o chefe do grupo. Pela denúncia, o cargo de assessora na Ministério teria sido indicação do empresário.

A investigação da Polícia Federal revelou que a principal função de Maria da Penha seria “agilizar o processo de celebração dos convênios entre o Ministério da Saúde e as entidades beneficiadas com emendas parlamentares resultantes da indicação do núcleo criminoso, bem como agilizar o empenho dos recursos, com vistas a liberar o dinheiro, em favor da organização criminosa”.

No inquérito que resultou em sua prisão, há vários trechos de ligações e documentos em que Maria da Penha demonstra ter muito conhecimento no ramo de licitações em saúde e ter ligação com Darci Vedoin, outros membros do esquema, parlamentares e seus assessores. De acordo com o delegado no pedido de prisão, há documentos que mostram diversos depósitos efetuados na conta de Maria da Penha pelas empresas Planam, Manoel Vilela de Medeiros e Frontal, todas participantes do esquema. (AC)





Fonte: Diário de Cuiabá

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