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Politica Brasil
Segunda - 08 de Maio de 2006 às 10:16

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Segundo o jornal O Globo, que teve acesso ao documento, a polícia gravou uma conversa entre Luiz Antônio Trevisan Vedoin e Ronildo Pereira dos Santos, dois dos principais integrantes da organização criminosa. No diálogo, eles discutem a propina a ser paga pela liberação de uma emenda de R$ 365 mil, apresentada pelo deputado federal Wellington Fagundes (PL-MT).

Pelo acordo, os dois empresários embolsariam R$ 40 mil e o prefeito ficaria com R$ 73 mil para repassar 20% ao parlamentar. "Resulta disso que a União irá despender R$ 365 mil em bens cujo custo, em tese, seria de apenas R$ 252 mil", diz o relatório.

Segundo o relatório, desde o ano passado alguns integrantes da quadrilha sabiam que estavam sendo investigados. Segundo a polícia, a tática era, em alguns casos, trocar de celular a cada 15 dias para evitar grampos.

Conforme as investigações, integrantes da organização movimentaram R$ 110 milhões entre 2000 e 2005. Com a conivência de prefeitos, o grupo simulava licitações para compra de ambulâncias e equipamentos hospitalares. A organização subornava assessores e parlamentares para assegurar a liberação de verbas federais para as compras superfaturadas.

Hospitais A quadrilha teria tentado expandir seus negócios para além da compra de ambulâncias. Integrantes do grupo também teriam conversado sobre reforma e ampliação de prédios hospitalares, segundo relata o jornal Folha de S. Paulo.

"Tem que pedir para o pessoal analisar que ali tem planta, fiação, reforma e equipamento, e que primeiro aprova a parte de engenharia e arquitetura, para depois mexer com os equipamentos", disse em uma conversa gravada a assessora Maria da Penha Lino, que trabalhava no gabinete do ministro da Saúde, Saraiva Felipe.

Há indícios de que mais dois membros do grupo estavam infiltrados no governo, além de Maria da Penha. Segundo as conversas gravadas pela PF, um deles trabalharia no Fundo Nacional da Saúde (FNS) e o outro na Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), empresa pública ligada ao Ministério da Ciência e Tecnologia.

O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) teria mantido contato direto com a quadrilha. em uma conversa gravada, Maria da Penha diz a Vedoin que o senador ligou para tratar do empenho de recursos para a aquisição de unidades móveis da Paraíba. Ela ainda relata que Suassuna telefonou numa outra oportunidade para dizer que assinou "sem ver" os pedidos de empenho e que a prioridade na compra de ambulâncias deveria ser mantida.

O advogado da família Trevisan-Vedoin, Roberto Cavalcanti, não se pronunciou sobre a suposta tentativa de atuação do grupo na reforma de prédios hospitalares porque a Justiça não concedeu acesso aos autos do processo para a defesa. O senador Ney Suassuna (PMDB-PB) negou ter conversado com a assessoria Maria da Penha Lino. "Nunca falei com ela. Acho que é um blefe", disse.




Fonte: Terra

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