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Internacional
Domingo - 07 de Maio de 2006 às 16:30

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O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, disse que gostaria de fechar a prisão administrada pelos norte-americanos na Baía de Guantanamo —medida solicitada por muitos de seus aliados—, mas estava esperando uma decisão da Suprema Corte de como os suspeitos detidos lá devem ser julgados. "Claro que Guantanamo é uma questão delicada para as pessoas. Eu gostaria de fechar o campo e levar os presos a julgamento", disse Bush à TV alemã em entrevista veiculada neste domingo. O programa foi gravado na semana passada.

Grupos de direitos humanos acusaram os EUA de maus-tratos com os presos de Guantanamo através de métodos de interrogação cruéis. O governo de Washington nega as acusações.

O longo período da prisão dos suspeitos, que foram detidos desde que a prisão foi aberta em 2002 na base naval dos Estados Unidos em Cuba, também é alvo de críticas por partes dos grupos internacionais.

Bush foi perguntado pela televisão pública alemã ARD como os EUA poderiam restaurar sua imagem nos direitos humanos após as reportagens de abusos com os detidos.

"Nossa principal Corte ainda precisa decidir se eles devem ser julgados numa Corte civil ou militar", disse. "Eles terão o seu dia na Corte. Não podemos dizer isso das pessoas que eles mataram. Eles não deram a essas pessoas a oportunidade de um julgamento justo."

As declarações foram traduzidas pela Reuters de uma transcrição alemã.

A Suprema Corte dos Estados Unidos deve anunciar no fim de junho se tribunais militares serão responsáveis pelo julgamento dos suspeitos de terrorismo internacional presos em Guantanamo.

Os comentários de Bush reforçam uma antiga política norte-americana, segundo afirmou em Washington, Frederick Jones, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca.

"Os Estados Unidos não têm intenção de deter permanentemente indivíduos, este não é o nosso objetivo. Queremos ver todos esses indivíduos levados à Justiça", afirmou.

Os EUA possuem 480 presos em Guantanamo e já libertou ou devolveu para seus governos um total de 272. O Pentágono afirmou não ter interesse em manter presos além do tempo necessário, mas também não conseguiu mandar muitos outros para seus países.

Num relatório divulgado semana passada pelo Comitê da ONU contra a Tortura, a Anistia Internacional disse que a tortura e o tratamento desumano eram muito frequentes nos centros de detenção dos EUA, incluindo na Baía de Guantanamo.





Fonte: EFE

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