Porto diz que o Brasil precisa de homens com a moral e competência de marechal Rondon

O engenheiro agrônomo Bento Porto, ex-deputado federal, destacou a importância de homens públicos com a moral e competência de Marechal Cândido Rondon administrarem o futuro da Nação durante tributo em homenagem a Rondon, no Dia Nacional das Comunicações. Porto é membro da Sociedade dos Amigos de Rondon há mais de 10 anos. Veja a íntegra do discurso:

“Como membro desta sociedade desejo render mais uma vez homenagens a este patriota e exemplo de vida, Cândido Mariano da Silva Rondon. Ao fazê-lo, me curvo com se um santo venerável fosse pelas suas obras quase milagrosas de interligação telegráfica, cruzando as adversidades dos imensos sertões na época quase impenetráveis de nossos ecossistemas.

Os cerrados, quando participou da construção da primeira linha telegráfica de Cuiabá a Aragarças. Do Pantanal, pela construção da linha telegráfica Cuiabá/Corumbá e do ecossistema amazônico quando da construção da linha Cuiabá ao Amazonas.

Em todas estas etapas Rondon enfrentou índios ainda em estado selvagem, com destaque para os Xavantes e Bororos no grande vale do rio das Mortes e do Araguaia. Os Guatós e Terenas no Pantanal, e na linha para o Amazonas, com destaque para os Parecis e Nhambiquaras, sempre colocando em prática, pelo seu elevado senso de humanidade, o lema “Morrer se necessário for, matar nunca”. Enquanto isso, cidadãos e o exército americano dizimavam os índios daquele país.

Em todos estes trechos Rondon, como engenheiro agrimensor, geógrafo, botânico e naturalista, registrou acidentes geográficos e a natureza gerando a primeira carta geográfica, o mais completo mapa do estado, hoje rasgada com a divisão de Mato Grosso.

Quando terminava a construção da linha de Cuiabá/Registro do Araguaia, três elementos roubaram o dinheiro destinado ao pagamento de fornecedores, oficiais, praças e trabalhadores civis. Estes indivíduos foram perseguidos e presos. Amarrados no mastro com a bandeira erguida em solenidade, levaram uma surra e em seu pronunciamento Rondon os mandava de volta para o Rio de Janeiro, para lá dar provas de que haviam se regenerado.

Os ladrões de hoje merecem até dança de comemorações no plenário da Câmara dos Deputados ao serem absolvidos. O Brasil tornou-se o país do “faz de conta” conforme disse ontem, ao tomar posse, o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio de Mello.

“Faz de conta” que não se produziu o maior dos escândalos nacionais, que os culpados e beneficiários nada sabiam, o que lhes daria uma carta de alforria para continuar agindo como se nada de mal tivessem feito. “Faz de conta” que não foram usadas as mais descaradas falcatruas para desviar milhões de reais num país de tantos miseráveis.

Estamos vivendo um triste paradoxo. Na política interna, atitudes de extrema direita, quando, de joelhos, o país paga quinze bilhões de dólares para o FMI adiantado, escancara as portas para o sistema financeiro e para os poderosos, e derrama migalhas para os pobre do Fome Zero.

Na política externa, uma atitude desastrada de extrema esquerda, apoiando a expropriação da Petrobrás, que desativará investimentos com conseqüências desastrosas para a cadeia produtiva do gás no Brasil, o aumento do desemprego, da desigualdade social e da violência.

É por estas e outras que o país está vivendo no limite crítico da insegurança jurídica, da desobediência civil, da banalização do crime e da corrupção política deslavada.

Os exemplos de disciplina, de respeito à supremacia da lei e do patriotismo de Rondon nos faz manter a esperança na democracia e nos destinos deste país.

O meu filho primogênito chama-se Rondon e a minha vida pública sempre teve na tela o seu exemplo. Levando em conta o nosso ideal por Mato Grosso e o princípio cristão de que enquanto tivermos força na vida devemos fazer o bem, tomo a liberdade de comunicar aos amigos que vamos enfrentar um grande desafio nestas eleições de 2006. Que Deus nos guarde. Obrigado”.