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Cultura
Quinta - 04 de Maio de 2006 às 15:35

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Os membros da Sociedade dos Amigos de Rondon reúnem-se às 19 horas dia 05 de maio, Dia das Comunicações, no Palácio da Instrução, centro de Cuiabá, para promover um tributo ao Patrono das Comunicações, marechal Cândido Mariano da Silva Rondon.

Na oportunidade, diversas personalidades mato-grossenses receberão o título de membro efetivo da entidade. Logo após a entrega dos diplomas, os associados seguirão a pé até a Praça Alencastro, onde depositarão flores no busto de Rondon e lhe renderão novas homenagens.

Membro da Sociedade dos Amigos de Rondon há mais de 10 anos, o mato-grossense e engenheiro agrônomo Bento Porto conta que há 46 anos o dia 5 de maio foi instituído como o Dia Nacional das Comunicações. Nessa data, em 1865, uma grande figura das telecomunicações brasileiras nascia em Mimoso (MT), perto de Cuiabá, doze dias antes da fundação da União Telegráfica Internacional, hoje União Internacional de Telecomunicações: o marechal Rondon.

Porto pondera que, pela integridade moral, pelo patriotismo, o marechal Cândido Rondon, se fosse possível, sairia hoje do túmulo em defesa da Pátria. “Morrer se necessário for, matar nunca”, destaca Bento Porto, era um dos lemas de Rondon em relação aos índios. “Se pudesse voltar ao nosso meio, sem dúvida nenhuma Rondon manteria a mesma postura em defesa das minorias e do povo, alijados do processo de desenvolvimento do nosso país”, diz o engenheiro.

De acordo com o presidente da Sociedade dos Amigos de Rondon, Ramis Bucair, a entidade foi fundada no dia 05 de maio de 1969 com o objetivo de cultuar e divulgar a memória de Marechal Cândido Rondon. E, ao longo de todos esses anos, os membros mantêm a tradição de reunirem-se no Dia das Comunicações e prestar homenagens ao militar.

Hoje, diz Ramis Bucair, a entidade conta com mais de mil associados dos mais diversos municípios de Mato Grosso. Nesta sexta-feira, novas personalidades entram para o grupo, dentre eles o ex-governador José Garcia Neto, o ex-prefeito de Cuiabá Manoel Antônio Rodrigues Palma, Sebastião Barbosa de Almeida Faria, o prefeito de Chapada dos Guimarães, Gilberto de Melo, o médico Otoni Gröhs e a reitora na Unirondon, professora Luzia Guimarães.

Legenda: Em 1986, Silva Freire, ao lado de Ramis Bucair, ouvem homenagem de um índio ao patrono das comunicações, marechal Cândido Mariano da Silva Rondon. (Museu Ramis Bucair)

SC Comunicação

Sandra Carvalho (9239-9882)

A história do Patrono das Comunicações

“Morrer se preciso for, matar nunca!”

Cândido Mariano da Silva Rodon nasceu em 1865 e viveu 93 anos, até falecer em 1958. Era bacharel em ciências físicas, naturais e matemáticas, pela Escola Militar do Rio de Janeiro, e licenciado como professor primário. Filho de família pobre, acabou obtendo a educação superior em uma escola militar, como ocorria aos que não tinham condição financeira para freqüentar as escolas civis. Sob orientação de Benjamin Constant, que ocupou o primeiro ministério a cuidar especificamente da área de comunicações, foi iniciado na doutrina positivista.

O próprio Benjamin Constant nomeou Rondon como professor assistente na Escola Militar em 1891. No entanto, Gomes Carneiro, Chefe da Comissão de Construção de Linhas Telegráficas, o convenceu a deixar o magistério e dedicar-se ao trabalho de instalação de linhas e estações telegráficas no interior do País.

Affonso Penna, que assume a Presidência em 1906, mantém o plano de integrar o Brasil por meio da telegrafia. A Comissão Rondon avança então, em 1907, nas obras de construção das linhas telegráficas que ligariam o Rio de Janeiro ao Acre, Mato Grosso e Amazonas. Infelizmente a reserva dos Nambiquara, que até 1907 não havia sido contactada por outros povos, acabou sendo atravessada pela linha telegráfica que ligava Cuiabá aos postos da fronteira noroeste do País, até então somente acessível por meio de uma longa viagem pelo rio Amazonas. O contato com a "civilização" acabou reduzindo essa tribo de fazendeiros rudimentares de 10 mil a, aproximadamente, mil habitantes.

O telégrafo elétrico já se espalhava por 31.000 km de linhas em 1911, em pleno governo Hermes da Fonseca. O marechal Rondon promoveu, em paralelo com a construção das linhas telegráficas, uma expedição científica de estudos geológicos, da fauna, flora e etnologia do Brasil Central e da Amazônia. Aproveitou seus conhecimentos, como professor interino de Astronomia, professor repetidor de Mecânica Racional e professor substituto de Matemática Superior, para realizar as medidas e os cálculos astronômicos que permitiram determinar a latitude e longitude de mais de 200 localidades da Região Norte do Brasil.

Rondon, que trabalhou na construção de linhas telegráficas até 1920, quando passou a dedicar-se a outros serviços de natureza militar ou diplomática, é considerado o Patrono das Comunicações no Brasil e o Prêmio Rondon é, ainda hoje, a maior comenda concedida na área de comunicações no País.





Fonte: 24Horas News

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