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Politica Brasil
Quinta - 04 de Maio de 2006 às 09:43

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Os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva, Evo Morales (Bolívia), Hugo Chávez (Venezuela) e Néstor Kirchner (Argentina) reúnem-se hoje em Puerto Iguazú (cidade argentina na fronteira com Brasil e Paraguai) para discutir a nacionalização do gás e do petróleo boliviano.

Durante o encontro, marcado para começar às 11h, também deve ser discutido o projeto de gasoduto sul-americano que já vem sendo estudado por Brasil, Argentina e Venezuela.

Morales partiu para Puerto Iguazú acompanhado de Chávez, que viajou ontem para a Bolívia para apoiar a decisão do governo local de nacionalizar os hidrocarbonetos e colocou a estatal de petróleo venezuelana PDVSA à disposição para ajudar em possíveis investimentos na Bolívia.

Além disso, funcionários da PDVSA já ajudam bolivianos em refinarias e campos de gás que eram controlados por estrangeiros, segundo funcionários da Petrobras.

Ao contrário de Chávez, Lula deu declarações diplomáticas sobre a nacionalização, disse entender o país vizinho, mas também deixou claro que não vai aceitar que a Bolívia "imponha sua soberania" ao Brasil.

Mais direto, o presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, afirmou que a empresa desistiu de fazer novos investimentos na Bolívia, inclusive a já programada expansão do gasoduto que liga o país ao Brasil.

Afirmou também que não vai aceitar aumentos de preços do gás --o ministro de Hidrocarbonetos da Bolívia, Andrés Soliz Rada, defendeu ontem um aumento de 45% dos preços do gás.

A Petrobras, entretanto, já afirmou que deve acionar tribunal internacional de arbitragem em Nova York contra mudanças nos contratos assinados.

A nacionalização do gás e do petróleo prejudicou cerca de 20 empresas estrangeiras que possuíam investimentos na Bolívia.

A União Européia informou estar preocupada com a decisão de Morales e criticou o envio de tropas do Exército para garantir a ocupação de mais de 50 campos de gás.

Como possíveis mudanças no preço do gás só devem ser anunciadas nos próximos 180 dias, entretanto, todos os países optaram pela negociação com a Bolívia.





Fonte: Folha Online

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