Em coletiva, Arcanjo reafirma que Antero foi pedir dinheiro para campanha em 2002

Em coletiva concedida agora há pouco no presídio Pascoal Ramos, o ex-policial João Arcanjo Ribeiro refirmou que o senador Antero Paes de Barros, do PSDB, foi pedir dinheiro para a campanha eleitoral de 2002, na qual o parlamentar era candidato a governador.

A confirmação deixa o senador tucano em uma situação política delicada e constrangedor, porque Antero sempre negou qualquer contato com o ex-bicheiro que comandava uma das maiores organizações criminosas do país e partir de Mato Grosso e que ganhou muita musculatura durante os oito anos de gestão tucana (1995 a 2002).

Mais uma vez, Arcanjo disse que seu ex-gerente de factoring, Nilson Roberto Teixeira, sabe de todas as transações financeiras feitas para as campanhas políticas de 1998 e 2002, especialmente as realizadas através de empréstimos captados pelo Grupo Gazeta de Comunicação. Antero é amigo pessoal de João Dorileo Leal, dono do Grupo Gazeta, e de quem seria sócio em uma empresa de publicidade e vídeo.

Arcanjo, contudo, nega que conhecia o destino do dinheiro emprestado. “Ninguém relatava o destino do empréstimo. Não fomos procurados na véspera de campanhas, mas provavelmente antes do período pré-eleitoral. Desconheço o calendário de uma campanha eleitoral”, complementou, acrescentando que chegou a doar pequenos valores para campanhas “antes das factorings, pois depois era mais fácil emprestar o dinheiro”.

O Olhar Diretodenunciou que Antero fez transações com o crime organizado com base em carta entregue pelas filhas de Luiz Alberto Dondo Gonçalves, ex-contador do grupo JAR (João Aranjo Ribeiro). Na carta, Dondo revela que o financiamento para a campanha de Antero fora de R$ 5,7 milhões.

Os financiamentos caracterizam crime eleitoral, pois trata-se de caixa 2, tão denunciado por Antero quando se trata dos abusos cometidos pelo PT do presidente Lula. Aliás, os financiamentos para a campanha de Arcanjo saíram do caixa 2 da Confiança Factoring, que era operado de uma sala do quinto andar do Edifício Wall Street, localizado na avenida Isac Póvoas, segundo fontes ligadas a Dondo e Nilson.