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Politica Brasil
Sábado - 29 de Abril de 2006 às 11:41
Por: Adriana Vandoni

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O protesto realizado pelos produtores rurais em Mato Grosso, Rio Grande do Sul, Bahia e Mato Grosso do Sul já estava passando da hora de acontecer. Só em Mato Grosso foram mais de 10.000 produtores. Não é uma mobilização dos grandes apenas, é do setor inteiro, e deveria ser de todos nós, afinal, como ficarão os empregos diretos e indiretos gerados pelo agronegócio?

“O governo que ferra todos” demonstra como a imbecilidade não permite a observação e o aprendizado dos erros cometidos na história recente do nosso e de outros países. O desmonte do setor agropecuário é a ponta do iceberg do desastre que está se formando em toda a nossa economia, sob os aplausos do setor financeiro, o grande beneficiado. A valorização cambial como âncora econômica, também usada na Argentina e que causou todo aquele desastre econômico que vimos, é novamente utilizada pelos débeis. Vale relembrar que a história do fracasso argentino também se refletiu primeiro no campo.

E não venham esses hipócritas dizendo que agronegócio é uma praga. Isso não passa de imbecilidade ideologiqueira. Um mínimo de racionalidade e chegarão a conclusão que o Brasil ficará perdido e mal pago com o desmonte do campo. Isso só interessa aos que pensam no "quanto pior, melhor", para levar à frente seus objetivos de mobilização das "massas famintas".

Como eu já havia previsto e escrito em artigos passados, o ridículo pacote divulgado pelo governo federal para “salvar” os produtores rurais não passa de um trecho dos discursos que este eterno candidato usará em palanques, como já usou. Durante uma fala na cidade de Tenente Portela (RS), nosso "venerável" presidente exercitou sua grande habilidade, talvez única, de discursar em palanques, criticando os fazendeiros, a quem chamou de "caloteiros", e estimulou as "reivindicações" por parte dos movimentos sociais.

Ora, senhor presidente! Seu governo pratica furto, faz chantagem, se alia a bandidos e os fazendeiros é que são caloteiros? Vá se danar novamente. O senhor está acompanhado por bando de delinqüentes camuflados. Antes o Garotinho que se alia logo a um “morador” do presídio Bangu. Pelo menos não está posando de mocinho.

Vejo o Ministro Roberto Rodrigues perdido no meio desse bando de incompetentes. O problema é que eu tenho a mania de arquivar as coisas e, em 2002, ao aceitar o ministério, ele disse que tinha aceitado ser ministro porque acreditava na determinação do novo governo em priorizar a agricultura. "Pela primeira vez, um governo assume a agricultura como ponto-chave do desenvolvimento. O setor ganhou uma respeitabilidade no cenário nacional nos últimos anos em função dos seus resultados econômicos." Veja o resultado da “priorização” dada por este governo.

Ministro, sei que o senhor fez algumas reivindicações para ajudar o setor, mas se não tiver suas reivindicações atendidas, pule fora enquanto há tempo. Saia fora deste governo embriagado, irresponsável, inconseqüente e mafioso. Preserve a sua história e a sua honra. Não compactue com o desatino desse presidente errante. Não entre para a história como carrasco do campo ou, como disse o senador Antero na tribuna do senado: “Não deixe que sua história fique marcada como o algoz da agricultura”.

Mas tenho umas palavras para nossos "reais" trabalhadores do campo. A mobilização de vocês é válida, mas está descoordenada. Da forma que está sendo levada não terá o efeito que desejam. Apesar de ser uma sem-terra, mas sabendo que estarei envolvida indiretamente com esse desastre que se prenuncia, tenho algumas sugestões a fazer. É preciso ter organização para essas reivindicações. Formem comitês em suas regiões, escolham seus representantes, criem grupos de negociação e de "recepção" para representá-los em todos os locais onde o governo federal enviar um dos seus. Vamos recebê-los com o mesmo “amor e carinho” com os quais receberíamos o próprio Lula. Claro, sem imitar o modus operandi do MST. Criem comitês de imprensa, ela adora notícias, e vocês precisam saber se divulgar sem a necessidade de usar sempre as mesmas atitudes. Com o tempo, mesmo colheitadeiras queimadas deixarão de ser notícia. Afinem o discurso para não entrarem em contradições nas suas reivindicações, mas, sobretudo, arregacem as mangas e saiam das fazendas, porque ficando lá vocês não chegarão a lugar nenhum.

Vamos mostrar a essa gente que o setor além de força, desprezada pelo governo federal, tem poder e não é composta por malandros e trambiqueiros. Sim, no meio existem malandros e trambiqueiros, como em todos os setores...que o diga o Procurador Geral da República quando denunciou a quadrilha existente no núcleo do governo federal.

Nosso estado tem força na sua produção, mas é irrelevante em termos políticos pelo pouco número de parlamentares, e baixo número de eleitores. Por isso, nada terá efeito sem que se construa uma mobilização com a mesma organização em outros estados.

Este é o momento de plantar suas reivindicações. Contem comigo.





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