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Politica Brasil
Sexta - 28 de Abril de 2006 às 16:23
Por: Celso Ferrera de Souza

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Um dos primeiros ensinamentos que as escolas brasileiras repassam aos seus alunos do ensino fundamental é que a economia do Brasil tem como carro-chefe a produção agropecuária. Sendo assim, ao refletirem sobre a matéria, nossos alunos imaginam que o governo federal adota cuidados extremos com a principal artéria da nossa economia. Ora, se não zelarmos pela fonte da nossa maior renda, quebramos, vamos à bancarrota.

Mas a realidade que temos hoje é um verdadeiro contra-senso. O governo federal não cuida nem quer saber de cuidar da “galinha dos ovos de ouro” da economia nacional. Isso é incrível! Não há como compreender tamanha irresponsabilidade.

O carro-chefe da nossa economia começa sofrendo com a falta de financiamentos subsidiados. Segue sofrendo com a inexistência de opções de preço na compra dos insumos, principalmente dos fertilizantes, que significam a maior fatia do custo das nossas lavouras.

Com a lavoura já formada e cultivares produzindo, o governo federal permite que os produtores rurais se deparem, sozinhos, com pragas como a ferrugem asiática. São os produtores que têm de combater as pragas, de pressionar empresas estatais, como a Embrapa, para que sejam realizadas pesquisas no sentido de erradicar estes males. Como o governo federal pouco ou nada se importa com o problema, cabe aos produtores canalizarem fortunas na aquisição de agro-químicos para o combate às pragas.

Mas é no momento de comercializar a produção que o carro-chefe da economia brasileira enfrenta os mais duros golpes desferidos pelo próprio governo: a arruinadora política cambial e as estradas sofríveis. Não há valorização das commoditties e o alto preço do frete para escoamento da produção acaba de transformar a expectativa de renda na lavoura em prejuízo. Há produtores pensando em desistir de plantar. Não compensa o esforço!

Portanto, temos de nos solidarizar com os produtores rurais. Temos de dar razão às suas manifestações contra o descaso do governo federal. Temos de apoiar protestos como o bloqueio de estradas.

E, enquanto isso, ouvimos as queixas dos demais segmentos da nossa economia, como o comércio, e o choro dos desempregados. É possível que no futuro, na parede da memória, o quadro de maior dor seja aquele que mostrará a agonia e morte da galinha dos ovos de ouro.





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