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Meio Ambiente
Quinta - 06 de Abril de 2006 às 23:59

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GENEBRA - O relator especial da ONU sobre o direito à alimentação, Jean Ziegler, denunciou nesta quinta-feira que as secas e a conseqüente multiplicação das zonas desérticas provocaram o êxodo rural de aproximadamente 25 milhões de pessoas no mundo todo, nos últimos anos.

A Organização das Nações Unidas (ONU), que declarou 2006 como Ano Internacional da Desertificação, calcula que mais 135 milhões de pessoas serão expulsas de suas terras devido às secas, o que levará, a cada ano, milhares de pessoas a se aglomerar em favelas situadas nos arredores das grandes cidades.

As secas que afetam a África provocam verdadeiros "dramas", afirmou Ziegler, que lembrou a crise humanitária nos países do Chifre da África (Quênia, Etiópia, Somália e Djibuti), onde 12 milhões de pessoas estão à beira da fome. Outros 15 milhões de africanos, que vivem na região do Sael, sofrem de desnutrição e precisam da assistência humanitária internacional para sobreviver.

Na região, que inclui Mauritânia, Níger, Burkina Fasso e Mali, 300 mil crianças morrerão de fome este ano, de acordo com a ONU, caso as organizações internacionais não recebam novas doações para atuar nesta região extremamente pobre da África.

Neste mês, a organização pediu US$ 92 milhões à comunidade de doadores. O valor se soma ao pedido de fundos de US$ 145 milhões apresentado no final de 2005, a fim de financiar as atividades humanitárias previstas para a África ocidental.

No total, a ONU estima que os desertos avançam em mais de cem países, um fenômeno natural que atinge principalmente a África, onde 325 milhões de pessoas vivem em zonas áridas e secas.

Por causa do Ano Internacional da Desertificação em 2006, a Direção para o Desenvolvimento e a Cooperação (DDC) da Suíça e o Instituto Universitário de Genebra realizarão neste mês uma conferência sobre as secas, a fome e a pobreza.

Além de Ziegler, participarão do encontro o ministro do Meio Ambiente da Argélia, Cherif Rahmani, o representante da Convenção para a Luta contra a Desertificação da ONU, Hama Arba Diallo, e o diretor da União Mundial para a Conservação da Natureza (IUCN), Achim Steiner.





Fonte: EFE

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