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Internacional
Segunda - 03 de Abril de 2006 às 19:14

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O diretor-executivo do Comitê da ONU Contra o Terrorismo (CTED), o espanhol Javier Rupérez, afirmou hoje que a atividade terrorista no mundo não diminuiu, apesar de não haver mais "grandes catástrofes", como os atentados de Nova York, Madri ou Londres. Rupérez citou a situação da América Latina, principalmente devido à Colômbia e ao possível financiamento do terrorismo na fronteira entre Brasil, Paraguai e Argentina.

"O terrorismo radical mudou de natureza e de intensidade, devido ao endurecimento constante das medidas de segurança. Mas continua atingindo seus objetivos", disse Rupérez à imprensa espanhola, em Bruxelas.

Segundo estatísticas elaboradas mensalmente pelo CTED, "nos últimos dois anos não houve um diminuição significativa no número de incidentes terroristas", disse o diplomata.

Rupérez explicou que na Europa a sensação é de redução no número de atentados. Porém, isso acontece porque os meios de comunicação tendem a só informar sobre as grandes catástrofes, com um alto número de vítimas.

"Houve um certo esquecimento na Europa, mas as mortes nas mãos de terroristas, islâmicos ou não, continuam", alertou Rupérez. Ele deu como exemplos de áreas com muita atividade terrorista o sudeste asiático (Filipinas, Indonésia e Tailândia), assim como Índia, Paquistão, Nepal e Sri Lanka.

O centro da África, onde atualmente há vários vazios de poder, o leste da África (Quênia, Tanzânia e Somália) e o Oriente Médio são outros focos de preocupação.

Rupérez insistiu que nada justifica um ato terrorista, e destacou que "não há relação estatisticamente comprovada entre terrorismo e opressão".

No entanto, reconheceu que a comunidade internacional deve cuidar das questões de pobreza e desigualdade. A médio e longo prazo, para ele, a política mais eficiente deve ser a de identificar as motivações dos terroristas e agir pela dissuasão.

Entre as armas de destruição em massa, Rupérez considerou as químicas como as de maior risco, porque podem ser fabricadas com instrumentos domésticos. As biológicas e nucleares também oferecem perigo, "mas são de uso e acesso mais difícil", observou.

O diplomata está em visita a Bruxelas, onde se reuniu hoje com representantes da Otan e amanhã vai se encontrar com o Comitê Antiterrorista do Conselho da União Européia. O objetivo é analisar a cooperação atual da ONU com as duas instituições no combate ao terror.





Fonte: EFE

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