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Internacional
Segunda - 03 de Abril de 2006 às 18:40

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O cônsul colombiano em Milão, Jorge Noguera, voltou a dizer hoje que manteve relações próximas com vários chefes paramilitares enquanto foi diretor do Departamento Administrativo de Segurança (DAS).

Noguera admitiu que em várias ocasiões se reuniu com antigos comandantes das Autodefesas Unidas da Colômbia (AUC), mas garantiu que todos os encontros foram "puramente institucionais e dentro da missão do DAS".

"Jamais fiz qualquer tipo de reunião particular, movida por interesses pessoais", afirmou o diplomata, em Milão, numa entrevista por telefone com a rede colombiana de rádio RCN.

Ele considerou falsas as acusações de Enrique García, ex-chefe de informática do DAS. García, que prestou depoimento à Procuradoria Geral, é considerado testemunha-chave da suposta aliança entre o departamento e chefes das AUC.

García foi capturado em meados de 2005 e é processado por ter "apagado" dos arquivos do DAS os antecedentes de sete colombianos, cuja extradição é reivindicada pelos Estados Unidos.

Os detalhes do depoimento de García foram divulgados pelas revistas "Semana" e "Cambio". As informações podem confirmar antigas versões sobre ligações de Noguera com "Jorge 40", pseudônimo de Rodrigo Tovar Pupo, que liderava o hoje desmobilizado Bloco Norte das AUC.

Segundo García, Noguera pôs o DAS "a serviço" de Tovar, com quem se reuniu em várias oportunidades e a quem enviava informações através de terceiros.

As acusações são obra de "um delinqüente, uma pessoa que está sendo julgada por graves delitos", afirmou o ex-chefe do DAS. Ele considerou uma "infâmia" a publicação do depoimento nas revistas.

"O que mais me dói é dizerem que isso confirma as suspeitas da opinião pública, de uma suposta infiltração de paramilitares no DAS", queixou-se Noguera.

O diplomata explicou que conheceu "Jorge 40", assim como Salvatore Mancuso, ex-líder das AUC, e outros comandantes paramilitares. Mas suas conversas com eles foram parte das negociações de paz do Governo com o grupo.

Além disso, negou ter enviado a "Jorge 40" uma lista das identidades de 24 sindicalistas, dirigentes sociais e intelectuais do litoral norte do país, dos quais alguns acabariam sendo assassinados.

"García diz que funcionários do DAS participaram destes assassinatos, mas isso é absurdo", rebateu Noguera. Ele se demitiu da direção do departamento em outubro, quando o Governo promoveu uma ampla reformulação do serviço.





Fonte: EFE

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