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Economia
Domingo - 02 de Abril de 2006 às 17:56

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O presidente da Petrobras, José Sérgio Gabrielli, disse no domingo que ainda confia que conseguirá uma solução de consenso na disputa pelos preços de exportação do gás da Bolívia para o Brasil, mas advertiu que se eles subirem os dois países podem ser prejudicados.

O presidente boliviano, Evo Morales, quer aumentar o preço do gás enviado ao Brasil pela Petrobras por considerá-lo baixo demais. Ele viajou neste domingo a Belo Horizonte para a reunião do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), para negociar diretamente com Gabrielli.

Segundo o presidente da Petrobras, o encontro "é possível", mas a data não foi confirmada. "Temos expectativa de que essas negociações continuarão nos bons termos em que vêm acontecendo e esperamos que continuem", disse Gabrielli a jornalistas.

A negociação é decisiva para o Brasil, já que mais de 50 por cento do gás que consome vem da Bolívia, e uma alta nos preços teria impacto nos custos internos.

Gabrielli, porém, lembrou que "para a Bolívia, o Brasil também é muito importante como comprador do produto, como pagador de impostos na Bolívia, como gerador de emprego na Bolívia, como viabilizador de expansão de outros negócios adicionais na Bolívia".

O executivo acrescentou que "deve alertar nossos interlocutores" que uma alta de preços "implica um impacto grande sobre o mercado consumidor brasileiro" e que "é preciso ter consciência de que isso pode atingir de volta o produtor (...) Toda vez que se altera preço, a demanda responde."

A Petrobras investiu 1,5 bilhão de dólares na Bolívia na exploração e transporte de gás e refinarias desde 1996.

Morales quer aumentar os recursos captados por seu país, o mais pobre da América do Sul e dono da segunda reserva de gás natural da região, atrás apenas da Venezuela. A Petrobras até agora recusava os pedidos de La Paz para elevar os preços, afirmando que já paga preços superiores que os originalmente estabelecidos pelo contrato de 1999.

Na sexta-feira, porém, o presidente da Petrobras Bolívia, José Fernando de Freitas, disse que a intenção da empresa na verdade é conseguir uma redução dos preços.

Segundo o governo de Morales, o valor das exportações de gás para o Brasil é de cerca de 3,4 dólares por milhão de BTU, enquanto que os contratos de maio nas bolsas dos Estados Unidos têm uma cotização de cerca de 7,5 dólares.

A Petrobras ressalta que o preço fixado no contrato original de exportação era de 1 dólar por milhão de BTU.

Indagado pelos jornalistas sobre o que a Petrobras fará se Morales tomar medidas unilaterais, Gabrielli respondeu que esse tipo de decisão "não é adequado para enfrentar este problema, acreditamos em soluções negociadas".




Fonte: Reuters

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