Relatório paralelo gera polêmica

O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), evitou comentar a informação de que o PT pretende apresentar um relatório paralelo para a CPMI dos Correios, negando a existência do "mensalão" e revendo os indiciamentos propostos pelo deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR). Rebelo disse que esse é um assunto que cabe apenas à própria CPI. "Isso é uma disputa interna da CPI e eu, como presidente da Câmara, não posso, naturalmente, emitir opinião", comentou.

Apesar disso, Rebelo aceitou fazer uma avaliação sobre o fato de o ex-deputado federal José Dirceu ter fracassado em sua tentativa de recuperar o mandato. "É uma decisão do Supremo (Tribunal Federal), não se discute, cumpre-se. E, quando possível, cada um recorre".

Já o presidente nacional do PFL, senador Jorge Bornhausen (SC), criticou o PT pela tentativa. Apesar de reconhecer que se trata de uma estratégia legítima dos petistas, do ponto de vista processual, Bornhausen destacou que a medida ajuda a desmoralizar ainda mais o governo. "Sob o ponto de vista processual, é legítimo, sob o ponto de vista da sociedade brasileira, é um absurdo". De acordo ele, o relatório apresentado por Serraglio, é um documento denso, resultado de uma ação correta e dentro do possível. "Se o governo pretende não votar o relatório para desmoralizar a CPI, não é nem a CPI, nem o Congresso que ficarão desmoralizados, isso vai aumentar a desmoralização desse modelo de incompetência e corrupção do governo Lula."