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Economia
Domingo - 02 de Abril de 2006 às 09:45

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Levantamento realizado pela Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa) aponta que pelo menos 300 mil toneladas (t) de algodão em pluma referentes à safra 06/07 – a 05/06 ainda nem foi colhida - poderão ser negociadas com as tradings por meio dos contratos futuros.

Para a safra deste ano (05/06), o volume contratado via vendas antecipadas chegou a 250 mil/t em Mato Grosso. Esse número representa 50% da safra estadual, estimada pela Ampa em 500 mil/t de algodão em pluma.

“Para a safra 06/07, o mercado internacional está sinalizando com contratos melhores do que este ano. E isto é positivo para o produtor, que pode travar as vendas em dólar em um patamar mais elevado, eliminando assim parte das perdas que ele teria caso a venda fosse realizada pelo sistema tradicional”, diz o presidente da Ampa, João Luiz Ribas Pessa.

Ele observou que a venda por meio dos contratos futuros visa proteger o preço mínimo para cobrir a diferença do câmbio. Pessa informou que só na safra 05/06 as perdas dos produtores, em função da desvalorização do dólar, chegaram à média de R$ 14 por arroba.

Este ano, segundo ele, a média de preços pago ao produtor está sendo de US$ 0,52 por libra peso (preço da mercadoria no porto).

Para a safra 06/07, estima-se que a média avance para US$ 0,57/libra peso. “Com uma melhor remuneração ao produtor e com a falta de perspectivas de preços para a soja, podemos apostar até mesmo que no próximo ano a safra mato-grossense se mantenha nos números atuais”, frisou o presidente da Ampa.

GENÉRICOS - O presidente Ampa, voltou a defender ontem a regulamentação imediata da lei dos genéricos e da biotecnologia como fatores decisivos para a redução dos custos de produção e a expansão da cotonicultura no Estado.

“Somos o maior produtor de algodão do Brasil e temos potencial para crescermos muito mais se estes dois mecanismos de apoio ao produtor forem implantados no país”, argumenta.

Pessa acredita que a única forma dos produtores se manterem competitivos no mercado é reduzindo os custos de produção. “Para isso, teremos que ter acesso à biotecnologia, que na prática irá possibilitar menos aplicações de defensivos na lavoura”, argumenta.

Outra forma do produtor reduzir custos seria por meio da regulamentação dos genéricos. Segundo o presidente da Ampa, já é possível aprovar produtos genéricos, “desde que haja similares no Brasil”.

A introdução dos genéricos, segundo ele, vai ampliar a competitividade dos produtores brasileiros frente aos seus concorrentes.

“No Mercosul, quem paga mais caro por defensivos agrícolas é o Brasil, pois não temos ainda os genéricos. O nosso custo, na verdade, é mais baixo, porém estamos perdendo mercado para os nossos concorrentes porque não usamos os genéricos e a biotecnologia”.

Citou como exemplos a Argentina e o Uruguai, “que já regulamentaram as leis e estão ampliando a sua competitividade no mercado externo”.





Fonte: Diário de Cuiabá

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